O Zoológico de São Paulo registrou no último sábado (16) o nascimento de uma arara-azul-de-lear (Anodorhynchus leari), ave endêmica ameaçada da caatinga baiana. O pássaro vem ao mundo justamente no dia do aniversário da instituição, que completa 66 anos desde sua inauguração.
A espécie está classificada pela União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), como em Perigo (EN) de extinção. O Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), atribui a mesma categoria de gravidade.
![Ave endêmica da Bahia, Arara-Azul-de-Lear, recém-nascida no Zoológico de São Paulo — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-galileu.glbimg.com/qfC4J4sXBvDHRupj6YXGekivXAg=/0x0:722x1280/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2024/e/W/5AKTB2SpqcxTFD2FkF6w/whatsapp-image-2024-03-18-at-17.44.17-1-.jpeg)
As araras-azuis-de-lear Maria Clara e Francisco são os pais do novo filhote. As duas araras chegaram ao Zoo SP em 2004 e 2006, respectivamente, e são vítimas do tráfico animal. Elas ganharam um novo lar após serem apreendidas.
O novo membro da família é irmão de uma ave chamada Teobaldo, que há oito anos foi a primeira arara da espécie a nascer no Brasil dentro do programa de preservação. Nos próximos dias, o recém-nascido vai passar por exames de DNA, para que consigam saber seu sexo.
![Arara-Azul-de-Lear nascendo — Foto: Divulgação/Zoológico de São Paulo](https://cdn.statically.io/img/s2-galileu.glbimg.com/pRkt78KkCftFXqvK3YfY6pG6D98=/0x0:722x1280/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2024/k/7/h5B1fOSFWgAREvLzBlFA/whatsapp-image-2024-03-18-at-17.44.17.jpeg)
“A chegada deste filhote no dia do aniversário do Zoo SP é um presente para toda a equipe que atua diariamente na conservação e no cuidado de espécies tão importantes para a nossa biodiversidade”, relata Fernanda Guida, bióloga responsável pelo setor de aves e colaboradora da instituição há mais de 20 anos, em comunicado do Zoo.
Após avaliação técnica de profissionais, o novo filhote, assim como os demais filhotes nascidos no Zoo, podem fazer parte do Projeto de Soltura Monitorada da Arara-Azul-de-Lear. O programa é uma iniciativa do Grupo de Pesquisa e Conservação da Arara-Azul-de-Lear, formado por profissionais da biologia que conduzem pesquisas para a conservação da espécie a longo prazo na Caatinga.
![Casal de araras-azuis-de-lear fotografado na Estação Biológica de Canudos, na Bahia — Foto: Wikimedia Commons](https://cdn.statically.io/img/s2-galileu.glbimg.com/ghhiaHuXWJV1lL19zw4z5iO8pSI=/0x0:637x421/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_fde5cd494fb04473a83fa5fd57ad4542/internal_photos/bs/2024/Y/2/TdIWLHRCeAt1DE7zfl1A/lears-macaw-anodorhynchus-leari-cropped-.jpg)
Até 2019, no Boqueirão da Onça, na Bahia, restavam apenas duas araras-azuis-de-lear. Elas eram sobreviventes da população original que foi quase extinta na região baiana na década de 1990 devido, principalmente, ao tráfico de animais silvestres.
A partir de então, 19 araras da espécie já foram soltas na natureza — sendo cinco delas encaminhadas pelo Zoológico de São Paulo. Nesta semana, a expectativa é que novas araras sejam introduzidas na região nordestina, sendo três oriundas do Zoo. A empresa Enel Green Power Brasil financia as solturas dos animais.
O Zoo SP foi inaugurado em 16 de março de 1957. Sua história começou em junho daquele ano, quando o governador Jânio Quadros acertou com Emílio Varoli (diretor do Departamento de Caça e Pesca da Secretaria da Agricultura), a criação da instituição, conforme relata seu site oficial.