• Redação Galileu
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Pesquisadores querem criar uma espécie de 'adubo' de bactérias para cultivar plantas em Marte  (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)

Pesquisadores querem criar uma espécie de 'adubo' de bactérias para cultivar plantas em Marte (Foto: Divulgação/NASA/JPL-Caltech)

Em parceria com a Nasa, pesquisadores da Índia e Estados Unidos descobriram três novas cepas de bactérias na Estação Espacial Internacional (ISS), que eles acreditam que podem ser usadas para criar um tipo de “adubo” para o cultivo de plantas em Marte. Os resultados do estudo foram publicados na segunda-feira (15), no periódico Frontiers in Microbiology.

Os cientistas monitoram as bactérias do laboratório espacial, em 8 locais diferentes, há 6 anos. Eles procuram meios de fazer com que alimentos cultivados fora da Terra possam resistir ao espaço e apostam nos micróbios para resolver esse problema.






No estudo, foram isoladas 4 cepas de bactérias pertencentes à família Methylobacteriaceae, que viajavam a bordo da ISS junto aos astronautas. Uma das cepas foi identificada como Methylorubrum rhodesianum, mas as outras 3 – até então desconhecidas – foram descritas pela primeira vez como pertencentes a uma nova espécie (Methylobacterium ajmalii).

As três cepas foram batizadas de IF7SW-B2T, IIF1SW-B5 e IIF4SW-B5. Uma análise genética revelou que o trio é "parente" da bactéria Methylobacterium indicum, sendo assim capaz de fixar nitrogênio, auxiliar no crescimento das plantas e impedir a presença de vilões biológicos (patógenos) nas mudas.

Locais chamados de 'biomas', onde bactérias são encontradas na Estação Espacial Internacional (Foto: Divulgação/NASA)

Locais chamados de 'biomas', onde bactérias são encontradas na Estação Espacial Internacional (Foto: Divulgação/NASA)

Os coautores da descoberta, Kasthuri Venkateswaran e Nitin Kumar Singh, do Jet Propulsion Laboratory (JPL), da Nasa, confirmaram em comunicado que as três cepas podem possuir "determinantes genéticos biotecnologicamente úteis" para o cultivo no espaço.

Entretanto, os cientistas ainda trabalham com outras bactérias para de fato desenvolver uma agricultura espacial no futuro. "Para cultivar plantas em locais extremos onde os recursos são mínimos, o isolamento de novos micróbios que ajudam a promover o crescimento das plantas em condições estressantes é essencial", afirmaram os pesquisadores.





Aproximadamente mil amostras já coletadas na ISS ainda aguardam para serem enviadas à Terra para estudo. Mas o objetivo dos pesquisadores será em breve analisar as bactérias já com equipamentos de biologia molecular diretamente no espaço, sem ter que aguardar um intercâmbio demorado de pesquisas. 

"Em vez de trazer amostras de volta à Terra para análises, precisamos de um sistema de monitoramento microbiano integrado que coleta, faz processamento e análise de amostras no espaço usando tecnologias moleculares", recomendaram Venkateswaran e Singh.