• Redação Galileu
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Altar contendo 150 crânios de pessoas decapitadas foi encontrado no México  (Foto: Governo do México )

Altar contendo 150 crânios de pessoas decapitadas foi encontrado no México (Foto: Governo do México )

Um altar contendo 150 crânios humanos foi encontrado em uma caverna em Chiapas, no México, levando a polícia local a acreditar que estava diante de uma assustadora cena de crime. Pesquisadores, porém, concluíram que os ossos não são recentes e datam do período pré-hispânico, há cerca de mil anos. 






A descoberta foi divulgada em 27 de abril pelo Instituto Nacional de Antropologia e História (INAH) mexicano, embora tenha ocorrido em 2012.

Uma análise revelou que os fósseis encontrados são de indivíduos decapitados entre 900 e 1200 d.C, provavelmente durante um sacrifício.

Não é incomum encontrar pilhas de crânios indígenas centenários na área: os ossos estavam perto da cidade de Frontera Comalapa, em uma área que é notória pela "violência e tráfico de imigrantes", segundo a Associated Press (AP). Esses altares também são conhecidos como tzompantli.

Os restos são de adultos, principalmente mulheres, com exceção de esqueletos de três crianças. Nenhum dos crânios tinha dentes, uma característica comum em outras cavernas mortuárias. De acordo com o antropólogo Javier Montes de Paz, do INAH, até o momento também não foi reconhecido nenhum sepultamento completo, só fragmentos de ossos, como fêmures, tíbias e rádios.

“Ainda que não tenhamos o cálculo exato de quantos ossos há, dados que alguns estão muito fragmentados, até este momento podemos falar de aproximadamente 150 crânios”, explicou o especialista em conservação de fósseis em comunicado

Segundo Paz, não há perfurações nos ossos parietais e temporais, pois havia estruturas para fixá-los sem furá-los. "Muitas dessas estruturas eram feitas de madeira, um material que desapareceu com o tempo e poderia ter colapsado todos os crânios."






Os especialistas não sabem se os dentes dos mortos foram extraídos antes ou depois dos sacrifícios, mas conhecem achados similares em Chiapas: na década de 1980, o Instituto Nacional de Antropologia e História do México encontrou 124 crânios sem dentições na Cueva de las Banquetas; já em 1993, exploradores mexicanos e franceses acharam cinco crânios em Cueva Tapesco del Diablo, na cidade de Ocozocoautla.

Paz enfatizou a necessidade de continuar com as pesquisas e, inclusive, realizar novas análises em Cueva de Comalapa. Ele salientou que os cidadãos devem respeitar espaços de patrimônio arqueológico: “O meu apelo é que quando as pessoas localizarem um contexto que provavelmente seja arqueológico, que evitem intervir e notifiquem diretamente as autoridades locais ou o INAH”.