• Redação Galileu
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Modelo 3D do pote de moedas romanas descoberto na Suíça (Foto: Archaologie Baselland)

Modelo 3D do pote de moedas romanas descoberto na Suíça (Foto: Archaologie Baselland)

Utilizando um detector de metais, o caçador de tesouros amador Daniel Lüdin localizou um vaso com mais de 1,2 mil moedas romanas do século 4 d.C. O pote, que estava cheio até a borda, foi detectado em uma floresta na Suíça, informou a agência estatal Archaeologie Baselland em 13 de abril.






O jarro foi desenterrado por Lüdin em 6 de setembro de 2021, próximo ao Castelo Wildenstein do século 13, em Bubendorf, município de Baselland. Mas o entusiasta resolveu enterrar novamente o artefato, contatando arqueólogos da agência para escavar o local adequadamente.

Andreas Wahl, da Archäologie Baselland, analisa o pote de moedas romanas (Foto: Arqueologia Baselland)

Andreas Wahl, da Archäologie Baselland, analisa o pote de moedas romanas (Foto: Arqueologia Baselland)

O item foi então analisado por tomografia computadorizada nos Laboratórios Federais Suíços para Teste e Pesquisa de Materiais (da silga EMPA), em Dübendorf. Um aparelho de raios-x penetrou o vaso em camadas milimétricas, revelando um pedaço de couro que separava as moedas em duas partes dentro do recipiente, conforme comunicado

A partir da tomografia, os especialistas usaram um software para criar uma imagem virtual em 3D do objeto. Segundo Reto Marti, chefe do departamento arqueológico, o material de couro servia como um tipo de separação. "Mas porque as moedas são separadas em duas partes, não podemos dizer no momento”, disse ao site Live Science.

O pote de cerâmica com as moedas que datam do século 4 d.C. (Foto: Arqueologia Baselland)

O pote de cerâmica com as moedas que datam do século 4 d.C. (Foto: Arqueologia Baselland)

As moedas do vaso de 23 centímetros de altura são formadas por cobre e prata em quantidade pequena, possivelmente representando um poder de compra “modesto”, de acordo com a Archaeologie Baselland. O valor do tesouro correspondia a um solidus, uma moeda de ouro puro introduzida pelo imperador Constantino no final do Império Romano, que equivale a cerca de dois meses de ganhos para um soldado na época.

As moedas encontradas pelos arqueólogos foram todas cunhadas durante o reinado de Constantino, o Grande (306-337 d.C.) (Foto: Archaeologie Baselland)

As moedas encontradas pelos arqueólogos foram todas cunhadas durante o reinado de Constantino, o Grande (306-337 d.C.) (Foto: Archaeologie Baselland)






Todas as moedas foram cunhadas no reinado de Constantino (306-337 d.C.). Em tempos de guerras civis e crises econômicas, muitas pessoas enterravam seus objetos de valor para protegê-los. Contudo, na época de esconderijo do jarro, por volta de 330 a 340 d.C., havia estabilidade política e certa recuperação econômica.

“Por causa disso, a nova descoberta será muito importante", conta Marti, que supõe que talvez o tesouro seja uma oferenda a deuses ou tenha ligação com um local de sepultamento. "Isso dará uma visão muito detalhada do uso do dinheiro e da circulação de moedas no tempo do imperador romano Constantino, o Grande."

Tomografia computadorizada mostra as moedas do século 4 d.C. colocadas no pote  (Foto: Archaeologie Baselland)

Tomografia computadorizada mostra as moedas do século 4 d.C. colocadas no pote (Foto: Archaeologie Baselland)