• Redação Galileu
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O assassinato de Stephanie Isaacson foi resolvido com apenas 15 células humanas (Foto: LVMPD )

O assassinato de Stephanie Isaacson foi resolvido com apenas 15 células humanas (Foto: LVMPD )

Em 1 de junho de 1989, Stephanie Isaacson, de 14 anos, foi brutalmente assassinada. O corpo da jovem foi encontrado sem vida em uma área desértica, próxima a um caminho que ela fazia todos os dias até a escola. Mais de três décadas depois, as circunstâncias misteriosas da morte da garota foram finalmente desvendadas por especialistas –  e com a menor amostra de DNA da história.

O caso de homicídio estava arquivado, mas pôde ser resgatado neste mês. Isto graças à pequena coleta de 0,12 nanogramas do material genético do suposto assassino, o que equivale a somente 15 células. Para se ter uma ideia, a quantidade de DNA usada em testes hoje em dia é bem mais alta: varia de 750 a 1 mil nanogramas, segundo a rede britânica BBC.






A minúscula amostra foi suficiente para uma reviravolta no caso de Isaacson. As poucas células foram deixadas por um anônimo no laboratório da empesa Othram, com sede no Texas, nos Estados Unidos. Os profissionais do local, especializado em episódios criminais arquivados, construíram um perfil genético a partir da evidência, comparando-a com bancos de dados de ancestralidade.

Em seguida, o material foi comparado com o DNA de um primo do suposto assassino de Isaacson. A partir daí, o suspeito pôde ser identificado como Darren Roy Marchand. Ele, entretanto, nunca será julgado ou condenado pelo homicídio, pois cometeu suicídio em 1995.

Ray Spencer, tenente do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas (LVMPD), em entrevista coletiva (Foto: Reprodução/Facebook/LVMPD)

Ray Spencer, tenente do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas (LVMPD), em entrevista coletiva (Foto: Reprodução/Facebook/LVMPD)

Em entrevista coletiva, Ray Spencer, tenente do Departamento de Polícia Metropolitana de Las Vegas (LVMPD), revelou que, na autópsia do corpo de Isaacson, havia indícios de que ela havia sido violentada sexualmente, mas sua morte teve como causa estrangulamento. Além disso, não é possível saber se a vítima conhecia o assassino, mas é provável que o ataque foi aleatório – o que diminuiu as chances do caso ser desvendado.






“Identificamos vários suspeitos de interesse durante as últimas décadas e investigadores viajaram por diversas localidades nos Estados Unidos, incluindo o estado de Washington, Ohio e Texas, acompanhando o caso ao longo dos anos”, afirma Spencer.

Agora que o crime foi solucionado, os especialistas esperam que ele sirva de orientação para outras investigações. “Quando você pode acessar informações de uma quantidade tão pequena de DNA, realmente abre a oportunidade para muitos outros casos que foram historicamente considerados frios e insolúveis”, diz David Mittelman, presidente-executivo da Othram, à BBC.