Em uma publicação nas redes sociais nesta quarta-feira (17), a influenciadora Virgínia Fonseca revelou que um dos pontos de sua cesárea inflamou. Ainda que seja uma situação comum por quem passa por esse tipo de cirurgia, um detalhe chamou a atenção dos seguidores: a inflamação apareceu só agora, mais de um ano e meio depois do nascimento de sua filha caçula, Maria Flor.
"Relatos de mãe de 2 cesáreas e grávida do terceiro filho: um ponto da minha cesárea inflamou. Vou na doutora hoje e aproveito pra perguntar pra ela o que fazer", escreveu no Instagram. Na foto, a influenciadora aparece de biquini, com um curativo cobrindo o local dos pontos da cesárea.
Virgínia é mãe de Maria Alice, 2, Maria Flor, 1, e agora está grávida de novo, desta vez de um menino. Nas redes sociais, ela compartilha detalhes de sua rotina e dos desafios de encarar uma terceira gestação aos 25 anos.
O relato de Virgínia fez com que muitos de seus seguidores questionassem: afinal, é normal o ponto da cesárea inflamar depois de tanto tempo? Por que isso acontece? Para responder essas dúvidas, CRESCER conversou com obstetras e ginecologistas.
É normal o ponto da cesárea inflamar depois de tanto tempo?
Por mais que seja um procedimento muito comum, não podemos nos esquecer de que a cesárea é uma cirurgia. E, como qualquer cirurgia, tem riscos de infecção e inflamação. "Toda vez que abrimos a pele do nosso corpo, a gente expõe o interior dele a possíveis bactérias, que podem se proliferar e infeccionar a região. Qualquer cirurgia que abre a pele possui chances de infeccionar. Então, na cesárea essa chance existe e é até maior, porque na gestação a imunidade é mais baixa do que fora dela", explica o ginecologista e obstetra Braulio Zorzella, representante da rede ReHuNa (Rede de Humanização do Parto e Nascimento).
Apesar disso, a estranheza expressada pelos seguidores da influenciadora tem razão de ser. De fato, é mais comum que esse tipo de complicação apareça logo após o parto. Porém, nada impede que esse processo inflamatório só aconteça meses depois, como foi o caso de Virgínia.
"Em geral, nos primeiros 15 dias é quando tem mais chance de inflamar. Porém, em alguns casos, os fios [da sutura] que não são absorvidos vão sendo rejeitados pelo organismo e essa inflamação pode começar a aparecer depois dos 15 dias, até por meses depois da realização da cesárea", completa Zorzella.
O que fazer se a cicatriz da cesárea inflamar?
Vermelhidão, dor, calor local... Estes são alguns dos sinais de que a cicatrização da cesariana pode não estar correndo como esperado. Se perceber qualquer um desses sintomas, o melhor a se fazer é procurar um especialista. Você pode conversar com o seu obstetra e compartilhar o que está sentindo, assim como fez Virgínia.
"Havendo sinais e sintomas associados à cicatriz, a mulher deve entrar em contato com o obstetra responsável, pois é preciso saber a causa da inflamação. O tratamento será direcionado a depender disto", destaca a dermatologista Viviane Scarpa (SP).
Enquanto isso, em casa, é importante que a mãe mantenha a região da cicatriz sempre higienizada. "É importante fazer a higiene correta com água e sabonete glicerinado no banho e sempre deixar a região bem seca. Pode secar com secador de cabelo no modo frio também", recomenda Scarpa. As mães podem, ainda, recorrer a outras alternativas, como cremes específicos e até laserterapia.
A dermatologista reforça que a inflamação da cicatriz deve ser tratada o quanto antes, para que não haja risco de impacto na recuperação em uma segunda gravidez — ou uma eventual cesariana, caso indicada. "Se esta [nova] gestação acontecer durante uma inflamação e não for tratada, isso pode levar a uma má cicatrização na segunda gravidez. Por isso, é sempre importante consultar seu médico caso algo diferente ocorra", finaliza.