O pós-parto não é um momento delicado apenas para as mulheres. Logo depois do nascimento do bebê, os homens também podem sentir os mesmos medos, inseguranças e dificuldades de se adaptar à nova dinâmica da casa.
Um estudo feito com 341 famílias e publicado na revista científica Pediatrics mostrou, inclusive, que os pais de bebês prematuros, por exemplo, são tão afetados quanto as mães quando o assunto é depressão pós-parto: um a cada seis também recebe o diagnóstico.
![Bebê deitado no peito do pai — Foto: Freepik](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/HCFmWiGXNoEfIyyfeoTCG2hWZBs=/0x0:2000x1125/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/E/r/ArlZM2T92gP2EAQXjAxw/close-up-father-holding-sleepy-baby-grayscale.jpg)
“A depressão paterna muitas vezes é silenciosa e, por causa da nossa cultura, pode ser confundida com preguiça e falta de participação. É um processo que nem sempre vai estar associado a episódios de choro e angústia”, explica Adriana Navarro, psicóloga perinatal (SP). E esses sintomas podem aparecer para homens que foram pais em qualquer contexto, não necessariamente apenas aqueles que acompanharam seus filhos na UTI neonatal.
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Por isso mesmo, o cuidado e o acolhimento nessa fase também precisam ser estendidos aos homens. “Muitas vezes os pais não têm os recursos emocionais para lidar com essa nova situação. É importante que a rede de apoio também pergunte como eles se sentem, os incentive a procurar ajuda e buscar informação”, diz.
Segundo a psicóloga, pai e mãe ocupam um papel diferente, socialmente falando. Mas é importante que os dois se esforcem para participar da rotina de cuidados com o filho recém-nascido, dentro do possível. "A chegada de um bebê é um processo de transição para todo mundo. Nem sempre vai aparecer esse maior amor do mundo de imediato. Precisa criar vínculo e isso só vai ser possível se a mãe também permitir e der espaço para que o companheiro se aproxime e assuma sua responsabilidade", finaliza.
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