Carreira
 

Por Crescer Online


Quando o primeiro filho nasceu, há 10 anos, o engenheiro da computação Marlon Camacho trabalhava de segunda a sexta na área administrativa de um shopping em Brasília (DF), fazia uma pós-graduação e ainda dirigia uma ONG. O acúmulo de trabalho fez com que ele mal conseguisse acompanhar a esposa durante a gestação e o pré-natal.

Família reunida na cozinha, enquanto pai trabalha no computador — Foto: Freepik
Família reunida na cozinha, enquanto pai trabalha no computador — Foto: Freepik

Assim que a licença-maternidade da companheira acabou, ele resolveu fazer diferente. Em comum acordo, decidiram não terceirizar a criação do pequeno Joaquim. Marlon, então, pediu demissão do emprego e assumiu a responsabilidade de ser o cuidador principal do filho. Ele só voltou ao mercado de trabalho quando o menino completou 3 anos.

“Anos depois, quando comecei a participar de rodas de conversa de pais, comecei a ouvir a história de outros homens falando que negaram propostas de emprego em prol de mais tempo com os filhos. Naquele momento, caiu a ficha de que tinha feito a coisa certa”, diz.

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De fato, Marlon não está sozinho nessa. Cerca de 37% dos homens que têm filhos também já consideraram deixar o emprego para cuidar das crianças. É isso o que diz um levantamento feito com 1.993 pessoas, entre lideranças, profissionais de recursos humanos, mães e pais, em maio e junho deste ano. Organizado pela Filhos no Currículo e pelo Infojobs, o mapeamento "Bem-Estar Parental nas Empresas" aponta que, cada vez mais, os homens têm mostrado interesse em serem mais participativos na vida das crianças.

Pai e filha brincando juntos — Foto: Freepik
Pai e filha brincando juntos — Foto: Freepik

“Nosso foco foi identificar não apenas o desejo de cuidar, mas de pausar o trabalho para essa dedicação. Talvez essa seja a primeira pesquisa a fazer a pergunta aos pais, pois, geralmente, é direcionada às mulheres, especialmente em entrevistas de emprego”, destaca Michelle Terni, CEO e cofundadora da Filhos no Currículo, consultoria especializada na criação de programas de parentalidade corporativos.

O efeito pandemia

A vontade de ficar perto dos filhos teve um empurrãozinho nos últimos anos. Com a pandemia de covid-19, as famílias passaram mais tempo juntas dentro de casa e muitos pais, que antes passavam o dia todo longe das crianças, experimentaram como é trabalhar em casa e participar mais da rotina dos pequenos.

“Por isso, eles estão priorizando equilibrar as vidas pessoal e profissional. Muitos solicitam mais dias em home office ou até expõem as necessidades ao RH e lideranças, para permitir viver fases importantes ao lado dos filhos, como sair mais cedo para buscar na escola ou ir ao médico”, afirma Ana Paula Prado, CEO do Infojobs, empresa que desenvolve soluções para RH.

O cenário ainda é desigual

O mapeamento "Bem-Estar Parental nas Empresas" não é o único que aponta para essa tendência. Uma pesquisa feita pelo IBOPE em 2020 também mostrou que, ainda que brinquem e passeiem com os filhos, 74% dos homens acreditam que poderiam assumir mais responsabilidades na criação e no dia a dia com as crianças.

Pai e filhos — Foto: Ketut Subiyanto/ Pexels
Pai e filhos — Foto: Ketut Subiyanto/ Pexels

O desafio agora é que essa participação paterna seja encarada com naturalidade e sem preconceitos. Segundo a pesquisa do Infojobs e da Filhos no Currículo, 32% dos pais dizem sofrer retaliações ou julgamentos no trabalho ou em processos seletivos, pelo fato de terem filhos. “Cada vez mais homens participam das discussões, dividindo frustrações e a ambição de poderem ter direitos similares que os permitam dividir os cuidados com os filhos sem sofrerem piadas ou micro agressões”, analisa Michelle Terni.

Por mais que existam preconceitos em relação aos homens com filhos, as mulheres ainda são as que mais sofrem e as que mais abrem mão de suas próprias carreiras para ficar com as crianças. Enquanto apenas 37% deles consideram deixar o trabalho para cuidar dos filhos, 63% delas pensam dessa forma. Mais da metade das mulheres (60%) também dizem já terem sido menosprezadas no trabalho pelo simples fato de serem mães.

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