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Enquanto aqui, no Brasil, estamos nos aproximando do inverno, na Espanha, as famílias se preparam para as férias de verão das crianças. Para pais de crianças típicas, o simples fato de conciliar trabalho com o período sem aulas é um grande desafio. Para quem tem crianças com qualquer tipo de deficiência ou neurodivergência, as dificuldades são multiplicadas. É o que mostra uma reportagem do site espanhol 20 Minutos, que conversou com mães à procura de acampamentos de férias inclusivos – uma missão impossível.

Mães relatam dificuldades para conseguir acampamentos que aceitem crianças com deficiência — Foto: Pexels
Mães relatam dificuldades para conseguir acampamentos que aceitem crianças com deficiência — Foto: Pexels

De acordo com o site, é comum, por lá, utilizar as instalações das escolas públicas para organizar atividades recreativas nas férias, mediante o pagamento de uma taxa. Mas raramente essas atividades atendem crianças com necessidades especiais. “Embora, em tese, existam vagas específicas reservadas, a realidade é que a equipe desse tipo de acampamento não está preparada para cuidar de crianças com deficiência. Não me sinto segura”, diz Raquel, mãe de Sergio, uma criança com deficiência física.

De acordo com Beatriz Vega, responsável pelo Lazer Inclusivo da Plena Inclusão, também na Espanha, são muitas as famílias que enfrentam problemas na procura de um local adequado para os filhos aproveitarem os momentos de lazer, assim como as outras crianças. "Às vezes, quando uma família inscreve seu filho com deficiência em um acampamento, desde o início, eles são informados de que não podem participar porque não poderão realizar algumas atividades ou porque não há pessoal suficiente ou não estão treinados", afirma ela.

Laura, mãe de um menino com autismo, conta que levou seu a filho a um espaço de lazer local, que dizia: “Aberto para brincar”. Então, foi impedida de entrar com o pequeno. “Me disseram que crianças autistas não brincam”, afirma, indignada. “Ficamos furiosos, a ponto de um vereador nos ligar para pedir desculpas e nos oferecer uma vaga, mas o estrago estava feito”, relata.

Embora esses acampamentos ofereçam vagas específicas para crianças de inclusão, na prática, segundo as mães, isso não acontece, porque as equipes não oferecem apoio suficiente e especializado.

Alguns acampamentos permitem que as crianças sejam inscritas, mas a alegria não dura muito. “Logo no início, às vezes com menos de um dia, eles ligam para os pais buscarem, porque não conseguirão cuidar direito das crianças”, aponta Beatriz. “A situação é pior quando a criança tem muitas necessidades de apoio”, completa.

Jezzy e Susana, também mães de crianças com deficiências, relatam as experiências péssimas que tiveram ao leva-las a estes acampamentos. “Queriam expulsar meu filho porque ele foi ao banheiro sem avisar e, assim, colocou mo grupo em perigo”, disse Jezzy. “Porém, foi a equipe que os colocou em perigo, por não terem mais do que um monitor para todos”, acrescenta, revoltada. Susana relatou que seu filho se tornou um “alvo fácil” para as outras crianças, sem que um monitor experiente fizesse algo para evitar.

O receio de que os filhos não sejam bem cuidados é a principal razão pela qual estas famílias não têm outra escolha senão recorrer a recursos mais específicos, geralmente muito mais caros – e não acessíveis a todos. Uma opção é pagar um monitor extra para ficar com o filho, o que eleva acentuadamente o custo.

Algumas famílias buscam acampamentos privados, geridos por entidades privadas e que ofereçam o apoio de que seus filhos precisam, mas é uma saída que acaba saindo muito mais cara.

Raquel, a mãe de Sérgio, considerou, um acampamento inclusivo de uma semana ao qual pudesse levar os dois filhos, um com deficiência e outro sem deficiência. "É muito mais caro, mas a proporção que eles têm, de duas crianças por monitor, me deixa mais tranquila”, afirma a mãe. Mas nem com a disponibilidade de pagar mais, ela conseguiu. Três semanas depois de fazer a reserva, disseram a ela que não havia vaga para o seu filho, porque eles priorizavam adolescentes com mais de 15 anos.

Mesmo nos acampamentos especializados, as famílias se deparam com critérios excludentes, como a idade ou problemas de comportamento. Beatriz Vega afirma que é importante que essas famílias exijam e procurem apoio de organizações, como a Plena Inclusão, para lutar pelos direitos dos seus filhos.

A Plena Inclusão exige das administrações mais recursos para garantir o direito ao lazer de todas as crianças, tanto na organização de atividades ou na contratação de empresas que as realizem. “As organizações precisam levar em conta que todos os acampamentos devem ser inclusivos, devem ter equipe suficiente e treinada para dar suporte a qualquer participante, os espaços devem ser acessíveis, devem ser flexíveis e garantir diferentes níveis de participação nas atividades...”, defende.

Segundo a especialista também é fundamental garantir “que os regulamentos e informações para participar destas atividades sejam claros e não tolerem discriminação; que haja oferta suficiente para que todas as famílias que queiram possam levar os seus filhos aos acampamentos”. É preciso tornar visível que a inclusão é possível.

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