Não são as gripes, nem os resfriados e muito menos as viroses. A doença que mais faz as crianças faltarem à escola é a conjuntivite. Foi isso o que mostrou o relatório Saúde Escolar pelo Brasil em 2023, produzido pela plataforma de saúde escolar Coala Saúde.
O relatório analisou 1.250 atendimentos de telemedicina, feitos com alunos de 82 escolas de todas as regiões do país. Desse total, 18,1% eram casos de conjuntivite. Isso faz da doença a campeã em tirar as crianças da sala de aula. Ela fica à frente até mesmo de casos de gripe e de gastroenterite, por exemplo, que representam 12,5% e 10,4% dos diagnósticos, respectivamente.
A conjuntivite é uma doença que acomete os olhos. A parte “branca” fica inflamada e vermelha e, às vezes, com uma secreção amarelada. A causa pode ser alérgica, mas também infecciosa. Quando causada por vírus ou bactérias, é altamente contagiosa.
Justamente por esse motivo, o protocolo costuma ser reforçar medidas de higiene e evitar aglomerações por alguns dias, enquanto os sintomas não melhoram. No caso dos pequenos, isso, obviamente, significa também faltar à escola. O relatório mostrou que crianças com conjuntivite costumam ficar, em média, pelo menos de 2 a 3 dias longe da sala de aula.
Esse afastamento por doenças infectocontagiosas costuma acontecer com mais frequência entre alunos da Educação Infantil e dos Anos Iniciais do Ensino Fundamental: eles representam 83,6% dos casos analisados no relatório. "Nessa faixa etária, temos uma imunidade e um corpo mais suscetível a trocas com o ambiente, criação de mecanismos de defesa e, consequentemente, maior prevalência de doenças infecciosas, sejam elas virais ou bacterianas. Prova disso é a conjuntivite ser a mais comum, que pode ser causada por diversas fontes", explica médico Rafael Kader, CEO da Coala Saúde.