AVC na infância: quais podem ser as sequelas?

Quando se ouve falar em AVC (Acidente Vascular Cerebral), logo se imagina um adulto, provavelmente com características de risco: sedentário, que se alimenta mal, talvez obeso e quem sabe fumante. Mas você sabia que isso acontece também com crianças?

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"AVC em criança é uma coisa rara, a chance é de 1 em 4 mil. Mas, normalmente, há alguma doença por trás. Aí começa o desafio da equipe médica para tentar encontrar a razão", explica o neuropediatra Anderson Nitsche, do Hospital Pequeno Príncipe, de Curitiba (PR).

Nem sempre é possível identificar qual foi a causa do derrame. Apesar disso, fazer uma investigação para avaliar e entender o quadro é fundamental. "Tratando a causa do AVC, diminuímos o risco de a criança ficar com sequelas", explica Nitsche.

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As sequelas do AVC infantil podem ser tanto motoras quanto cognitivas, dependendo da região do cérebro que foi atingida. Elas podem se apresentar como:

Perda de movimentos de um lado do corpo
Fraqueza em um lado do corpo
Dificuldade para andar
Dificuldade de fala
Dificuldade de engolir
Dificuldade de aprendizagem e de leitura
Dificuldade de controle emocional
Problemas de comportamento
Problemas de visão
Crises convulsivas

A boa notícia é que, diferente dos adultos, a recuperação das crianças costuma ser mais tranquila. Nos primeiros anos de vida, os neurônios têm mais capacidade de fazer novas conexões. Assim, há mais chances de o cérebro conseguir "reverter" as sequelas. "Se tem uma 'época boa' para se ter um AVC, essa época é a infância. Quando mais novos somos, maior é a habilidade do cérebro de 'transferir' funções de uma área que foi afetada para outra. É o que chamamos de neuroplasticidade."