Uma menina de 8 anos cortou o próprio cabelo após sofrer ofensas racistas. Cleo Mukolwe, cujo pai é do Quênia, tem sofrido bullying na escola por causa de sua aparência por outras crianças de apenas 5, disse sua mãe. Mas um incidente recente enquanto brincava perto de sua casa em Paisley, na Escócia, "abalou" a saúde mental de Cleo e a levou a se automutilar, revelou Sarah McNeill, 42 anos.
A mãe agora está apelando aos pais para que eduquem seus filhos sobre os danos causados por insultos de ódio. Cleo chegou em casa chorando depois que outra criança a insultou e zombou de seu cabelo. Sarah chamou a polícia, mas disse que foi informada de que nada poderia ser feito, já que o culpado é menor de idade. "Cleo estava pedalando de bicicleta com uma amiga quando outra criança da mesma idade começou a assediá-la. Ela pediu que o menino a deixasse em paz, mas ele começou a segui-la. Ele começou a gritar com ela e a chamou de um palavrão e zombou de seu cabelo", contou Sarah ao Daily Record.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2024/p/c/WeASEkT5K4116y73mw1A/racismo.jpg)
"Quando a Cleo chegou em casa, ela estava chorando. Mais tarde naquele dia, descobri que ela havia encontrado uma tesoura e cortado parte do cabelo. Quando falei com ela sobre isso, ela me disse que 'queria morrer'. Isso é de partir o coração. Cleo é naturalmente uma criança extrovertida, é esportiva, gosta de se divertir e é muito cheia de vida. Ela foi criada para se orgulhar de sua cor de pele e ignorar qualquer abuso, mas isso se tornou tão horrível para ela que deixou sua saúde mental abalada", lamentou.
A mãe contou que, após o incidente, a mãe da outra criança entrou em contato com ela. "A mãe do menino falou comigo naquela noite e alegou que seu filho 'não sabia o que estava dizendo'. Então isso me faz questionar: o que os pais estão dizendo a portas fechadas que faz as crianças pensarem que é normal agir assim? Cleo tem sido abusada racialmente, incansavelmente, desde que começou a estudar. Exemplos disso incluem crianças em sua classe falando sobre uma festa de aniversário e quando Cleo perguntou se ela poderia ir, disseram que não era permitido "pessoas pardas" em sua casa", conta.
"Outra vez, há poucos meses, uma criança disse que ela parecia um 'nugget de frango queimado'. Ela sempre foi ridicularizada por ter um [cabelo] afro e um garoto em seu bairro só se refere a ela como 'a menina negra'. Nenhuma criança nasce racista, então isso tem que vir dos pais. Se você está ensinando seu filho a ser racista, isso está tendo um efeito prejudicial em meninas como Cleo", afirmou.
/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2024/o/8/aL7JDBSlSfKptQUlgFAw/racismo2.jpg)
"Mas mesmo que você não tenha esse tipo de linguagem, precisa fazer mais", completou. Sarah disse que a escola de Cleo trabalha duro para apoiar sua filha e resolver o problema dentro de suas instalações, mas tem medo pela vida que ela levará no mundo exterior se mais adultos não assumirem a responsabilidade de garantir que os jovens sejam educados contra o abuso racial. "Fiquei tão ansiosa pela Cleo agora. Toda vez que ela sai, fico preocupada que alguém vá abusar dela", admitiu.
Um porta-voz do Conselho de Renfrewshire disse: "Garantir o bem-estar de todos os nossos alunos em Renfrewshire é uma prioridade para todas as escolas e levamos todos os relatos de bullying extremamente a sério, reconhecendo o impacto que isso tem para os envolvidos. Temos sistemas de apoio fortes e estamos trabalhando em estreita colaboração com a aluna e sua família para fornecer apoio."
