A pandemia da Covid-19 trouxe muitas lições e aprendizados que rapidamente estão sendo esquecidos. Até bem pouco tempo atrás estávamos todos com medo de apertar botões de elevadores, tocar em maçanetas e até mesmo chegar perto de pessoas queridas, como nossos pais e avós. O pânico era tanto que bastava uma congestão no nariz, um espirro, um pouco de tosse que a testagem, o famoso cotonete no nariz, se tornava obrigatório e até lá, isolamento, tensão e medo.
![Mulher em repouso por causa da covid — Foto: Freepik](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/rTK-Bftm4NL7T_CLdUOrHZnjQ54=/0x0:6000x4000/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2024/i/b/V7wyIBTVyug69XKKHCwQ/young-woman-coughing-into-elbow-while-lying-down-sofa-living-room.jpg)
Parece que já faz tanto tempo, não? Pois é... cerca de quatro anos se passaram e cá estamos nós novamente reunidos, sem máscaras, vacinados e celebrando a superação de uma das eras mais tristes e difíceis dos tempos modernos, que trouxe tantos problemas e fez tantas vítimas.
Embora o número de casos e também de formas graves da Covid-19 tenha diminuído de maneira impressionante, a doença não desapareceu, e ainda preocupa, especialmente quando acomete pessoas consideradas de maior risco - idosos, gestantes, bebês nos primeiros anos de vida e aqueles que têm alguma doença crônica, aliás, não é a toa que hoje as vacinas atualizadas da Covid-19 só são disponibilizadas para essa população.
E o nosso comportamento nos tempos atuais? Que lições pudemos aprender? Continuamos lavando nossas mãos de forma adequada? Quando estamos com sintomas, procuramos usar máscaras para não contaminar amigos, parentes ou desconhecidos dentro do transporte público ou em nosso trabalho?
![Vírus da covid-19 — Foto: Freepik](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/414UV1mRVs62uM1uBvSwle8wyWw=/0x0:6000x4500/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2024/A/m/svle5AR5CANdk34Urxvw/green-virus-cells-floating.jpg)
Faço um convite a todos! Entrem num ônibus ou num vagão de metrô numa grande cidade, no começo de manhã ou fim de tarde, ou mesmo num estádio de futebol, num supermercado, e procure perceber quantos estarão usando máscaras.
Arriscaria dizer que talvez, no máximo, uma em cada dez pessoas a estarão vestindo, e em pleno outono e inverno, época que escrevo esta coluna, certamente mais de 10% estarão com algum quadro viral, espirrando, tossindo, com dor de garganta, sendo portanto, potenciais transmissores de doenças.
Recentemente, uma querida amiga minha tinha um encontro marcado com outra amiga em comum, mãe de uma menina de nove meses. Ao acordar para o tão esperado café, marcado com muita antecedência após muitos adiamentos em função de suas agendas apertadas, percebeu que estava se sentindo mal. Dor no corpo, mal-estar e dor de garganta. Sabiamente, de forma cidadã e muito chateada, desmarcou o compromisso e horas depois, após uma testagem rápida, a Covid foi confirmada.
Desta forma, com um simples gesto, protegeu a amiga, sua filha e provavelmente muitos outros, que em situações como essa, se contaminariam.
É assim! Atitudes responsáveis como essa reforça o que é viver em sociedade. Não é somente sobre você! É ter um olhar para o próximo e pensar no coletivo. As lições do passado recente não podem e não devem ser esquecidas.
Parabéns, Ana Paula! Michele, Aurora e tantos outros anônimos te agradecem!
![Renato Kfouri é pediatra infectologista e presidente do Departamento de Imunizações da Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). Mestre pela UNIFESP — Foto: Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/kvZp2s6DJ9NzPhgiC67ouQCjM60=/0x0:1636x636/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/0/7/YKY1hBQh2QCotzb3BrKA/renato-kfouri-colunista-2.png)
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