Como fazer a lavagem nasal em crianças?

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Antes, uma dica essencial é a famosa recomendação: "Respire pelo nariz, não pela boca!" Você já deve ter ouvido isso alguma vez na vida. Mas por que será que isso é tão importante? O nariz tem uma função fundamental para preparar o ar que chega aos pulmões, isto é, ele irá filtrar as partículas maiores, aquecer e umidificar o ar. Segundo a otorrinolaringologista, o oxigênio é melhor absorvido pelos pulmões quando está em uma temperatura mais próxima do nosso corpo.

A mucosa respiratória pode inflamar quando entra em contato com alérgenos, pó caseiro, pelo de animal, vírus e bactérias. Nesse caso, há um inchaço, dificultando a passagem do ar. O desconforto nasal também pode ser provocado pelo acúmulo de secreção. Isso porque quando um vírus entra nas vias áreas, por exemplo, há um aumento de muco para expulsar o agente invasor, o que causa a congestão nasal.

A lavagem nasal, portanto, se torna uma aliada para eliminar as secreções do nariz e aliviar os sintomas das crianças que têm sinusite e rinite, uma vez que, com essas inflamações, o nariz tende a ficar entupido. A especialista explica que a lavagem serve para hidratar a mucosa nasal e diminuir o contato dos pequenos com os alérgenos.

A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) alerta que não há evidências de que a lavagem nasal deva ser prescrita de forma rotineira. A médica complementa que, se a criança não está com nenhuma patologia e a umidade do ar está adequada, esse tipo de higienização não é indicada e pode ser até mesmo prejudicial. “A mucosa nasal contém cílios, pequenas estruturas que, na superfície, impulsionam as secreções da ponta do nariz para a garganta. Isso acontece sem percebermos. Para facilitar essa movimentação, temos uma substância de consistência gelatinosa. Se lavarmos excessivamente, esse muco acaba saindo”, explica a otorrinolaringologista. Por isso, cada caso deve ser avaliado individualmente pelo médico que acompanha a criança.

A lavagem nasal é indicada quando os dias estão muito secos e a criança está com um desconforto nasal e nos casos patológicos, como de rinite alérgica e do lactente, além de ser recomendada para aliviar os sintomas da rinossinusites agudas, crônicas, virais e bacterianas.

A lavagem nasal mais comum é com soro fisiológico 0,9%, que tem diversas opções no mercado. No entanto, há também soluções hipertônicas, com concentrações de cloreto de sódio mais altas. No entanto, elas devem ser indicadas por um especialista, que irá analisar o quadro do paciente. Além disso, a lavagem nasal com soro fisiológico pode ser realizada de diferentes formas, incluindo o uso de seringas, sprays, jatos contínuos e garrafas de alto volume.

A especialista destaca que a lavagem nasal deve ser feita com a cabeça dos pequenos levemente inclinada e com a boca aberta. Caso os pais usem a seringa, é importante não apertar com muita força. Muitas vezes, os responsáveis pensam que a secreção precisa sair para a lavagem ter efeito, mas isso não é necessário. Em alguns casos, os pacientes não têm secreção evidente. “Esse excesso de pressão é prejudicial, pois a criança pode ter dor de cabeça e de ouvido”, explica a especialista. A médica também aponta que a alta pressão pode levar a uma lesão na mucosa nasal. Quanto ao volume e frequência de realização da lavagem nasal, como já dito anteriormente, Renata di Francesco recomenda que as famílias procurem orientação médica, para fazer o tratamento de forma adequada.

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