Saúde
 

Por Chris Nicklas


Conseguir amamentar seu bebê tranquilamente e entender os sinais que ele dá estão entre as maiores preocupações das mães, que buscam sempre ter a certeza de que seus pequenos estão saudáveis e se alimentando bem. Aqui, a apresentadora Chris Nicklas, mãe dos gêmeos Luca e Nina, relata uma de suas vivências com outras mulheres que estão na fase da lactação e o receio que muitas delas têm sobre o vínculo com o filho e o diagnóstico de autismo, especialmente quando o bebê não chega a olhar nos olhos da mãe enquanto mama. Confira!

Amamentação — Foto: Getty Images
Amamentação — Foto: Getty Images

"'Como eu faço para saber se o meu bebê é autista?', me perguntou uma mãe um dia. 'Meu filho não me olha enquanto o amamento. Sei que este é um comportamento típico do autismo', dizia ela.

Há quem diga que as mulheres devem amamentar porque amam seus bebês, outros afirmam, além disso, porque é o melhor e mais completo alimento e tem também os defensores das garantias que vêm de brinde na amamentação, seriam algumas delas: uma vinculação mais consistente, um melhor desenvolvimento global da criança, QI mais alto... Há ainda os que afirmam que amamentar é uma escolha e cada mãe é quem sabe da sua vida e do seu bebê! Enfim, tem de tudo e para todos os gostos. Polêmica é o que não falta, especialmente nas redes sociais.

São formas de ver... justificativas que tentam dar conta do que se passa entre uma mãe e seu bebê quando estes estão em período de aleitamento materno. Algumas mais fundamentadas e outras menos.

Mas algo é fato, uma mulher quando tem o bebê nos braços, ao seio ou não, especialmente quando recém-nascido, busca por encontrar “o seu bebê”, ou seja, algo que faça dele “o seu filho”, que concretize o vínculo como único, singular. Na troca de olhares, nas carícias cheias de mensagens e significados estaria a prova do que se passa ali. Se no início a troca é pobre em resposta, é na insistência que a figura materna vence esse vazio e nele começa a surgir um bebê ativo, que se oferece, já sabendo que se ofertar um olhar a ela, um pezinho, uma risadinha, receberá em troca o carinho e o reconhecimento de quem lhe cuida.

Há mães que temem que este encontro não aconteça nunca, que este bebê as rejeite. Uma mamada que não vai bem, o choro recorrente, a recusa em pegar o peito já significariam o fracasso dessa vinculação. Frases como: ele não gosta do meu leite, ele rejeitou meu peito e, até mesmo, ele me rejeitou não são raras. Nesse tropeço, tão comum, no início da caminhada da dupla mãe/bebê, se não houver ao redor dessa mulher um discurso de apoio e encorajamento, que dê outros significados ao que ela interpreta como rejeição, o começo do desmame é quase inevitável.

Por onde anda o meu filho? Aquele com o qual sonhei durante toda a gestação, com quem eu construiria uma relação de amor incondicional, o amor maior, que não se descreve em palavras?! Pois é, quanta decepção pode trazer um recém-nascido... Em verdade, nasce um outro bebê e com este a mãe tem de se avir. Construir ali, da estaca zero, algo que nem ela sabe muito bem o que é, pois o que julgava já saber não se apresenta quando o filho vem ao mundo. A falta de garantias é a maior fonte de ansiedades.

Essa mãe, que me procurou, buscava insistentemente o olhar do seu filho e não o encontrava. Existem estudos que comprovam que bebês que, mais tarde, são diagnosticados como autistas, em vídeos caseiros dos primeiros meses de vida, feitos pelos pais e familiares, já davam sinais da condição. O diagnóstico precoce é muito difícil, mas procurar ajuda o mais cedo possível é de extrema importância.

Perguntei-lhe se havia conversado com o pediatra e ela me respondeu que todos achavam que era maluquice da sua cabeça, mas ela insistia que algo havia de errado. Como questionar a intuição de uma mãe? Eu não me sinto confortável para fazê-lo! Tentei acalmá-la com minhas palavras, afinal naquela virtual troca de mensagens pouco eu poderia fazer. Eu percebia a importância do que ela me dizia, mesmo que aquele bebê não se revelasse mais tarde um autista. Afinal, uma mãe que diz que procura por seu filho no bebê em seus braços e não o encontra fala de algo muito significativo e deve, precisa ser escutada. Quando psicanálise e psiquiatria se unem na tentativa de desvendar o universo do autismo, entende-se o quanto é complexo o processo de constituição do sujeito e o quanto ele depende dessas primeiras relações e vínculos.

Ter à sua volta profissionais que a escutem é imprescindível. Não abra mão deste direito."

Nota da redação:

De acordo com o pesquisador Alysson Muotri, do Departamento de Pediatria e Medicina Molecular, da Universidade da Califórnia em San Diego, e uma das maiores autoridades no assunto, a falta do contato visual pode, sim, indicar uma predisposição ao autismo. "Estudos com 'eye-tracking' já mostraram isso. Esses trabalhos ainda não têm força estatística para se tornarem um tipo de diagnóstico, mas este pode ser um biomarcador, um 'red-flag'", explica o especialista. "Nesse estágio, recomenda-se que a mãe e o pediatra fiquem atentos ao desenvolvimento da criança e que passem a estimulá-la ativamente", finaliza.

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