"As sociedades pediátricas recomendam que os bebês durmam no mesmo quarto com os pais pelo menos nos primeiros 6 meses, mas atenção: não na mesma cama", afirma o pediatra Paulo Telles, neonatologista pela Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP). A pediatra Elisabeth Canova Fernandes completa, dizendo: "O berço do bebê deve ficar no quarto dos pais, ao alcance das mãos, ao menos até os seis meses e preferencialmente até os 12 meses".
![Onde o bebê deve dormir nos primeiros meses? — Foto: Pexels](https://cdn.statically.io/img/s2-crescer.glbimg.com/fYJBLyrSzGjkS0VH1_1R9USNsNE=/0x0:1280x989/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_19863d4200d245c3a2ff5b383f548bb6/internal_photos/bs/2023/0/A/hqy0VcTlaMOBj89ZxC5Q/pexels-goda-morgan-18649614.jpg)
Segundo os médicos, compartilhar o quarto com os pais — sem compartilhar a cama —, reduz em 50% o risco de morte súbita. "Esse tipo de acomodação ajuda a prevenir casos de sufocação, estrangulamento acidental e outros acidentes que são aumentados no caso de cama compartilhada. Quando há necessidade de pegar o bebê no colo ou amamentar de madrugada, deve-se retornar o bebê para o berço para voltar a dormir", orienta a pediatra.
Ela explica, ainda, que sofás e poltronas são "extremamente perigosos" e representam um risco de 22 a 67 vezes para morte súbita. "Recomenda-se que os aleitamentos noturnos sejam feitos na cama ou poltrona de amamentação, com retorno do bebê ao berço ao terminar", completa Elisabeth.
Sobre a cama compartilhada
Em 2022, a Academia Americana de Pediatria (AAP) publicou uma atualização de suas diretrizes para tornar o sono do bebê mais seguro — a última tinha sido divulgada em 2016. Em suas novas recomendações, a instituição continua enfatizando a importância de que os pequenos sejam colocados para dormir de costas, com a barriga para cima, e em um berço perto dos pais, e reforça a orientação de não usar a cama compartilhada em nenhuma circunstância.
“A evidência é clara de que isso aumenta significativamente o risco de lesão ou morte de um bebê. É por esse motivo que a AAP não pode apoiar o compartilhamento de cama em nenhuma circunstância”, defendeu a pesquisadora Rachel Moon, no documento. O pediatra Odilo Queiroz, especialista em sono de crianças e adolescentes, concorda com a recomendação da entidade norte-americana. “Sempre temos notícias de bebês que morrem na cama compartilhada ou porque os pais adormeceram por exaustão ou o bebê engasgou mamando e a mãe estava dormindo”, explicou o especialista.
A AAP alerta, ainda, que as cadeirinhas, carrinhos, cadeira de balanço para os bebês e os slings não são recomendados para a rotina do sono da criança em casa, principalmente no caso dos menores de 4 meses.
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