Amamentação
 

Por Crescer Online Com Agência Fapesp


Já é consenso que o leite materno traz inúmeros benefícios para a saúde do bebê. No entanto, as pesquisas não param e a cada dia novos estudos surgem mostrando mais vantagens desse alimento tão importante. Recentemente, pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) que acompanharam o desenvolvimento de 500 crianças nos primeiros mil dias mostraram que, nos primeiros três meses, o leite materno pode corrigir as eventuais complicações intestinais. Os dados do estudo foram significativos, pois apontou que o parto não é um fator determinante para a construção da microbiota da criança, informou a FAPESP.

Definida como o conjunto de microrganismos que habitam o intestino, a microbiota está relacionada com a prevenção diversas doenças autoimunes, diabetes, obesidade, desnutrição, alergias alimentares na pele e doenças inflamatórias intestinais, como a doença de Crohn.

Por que não caminhamos para um ano inteiro dedicado a amamentação? (Foto:  Cleyder Duque/Pexels) — Foto: Crescer
Por que não caminhamos para um ano inteiro dedicado a amamentação? (Foto: Cleyder Duque/Pexels) — Foto: Crescer

No caso de crianças prematuras, por exemplo, uma microbiota muito desregulada, com grande número de bactérias disbióticas, que favorecem o desequilíbrio da cadeia de microrganismos, pode resultar em um quadro de sepse, infecções que figuram como uma das principais causas de mortalidade infantil. “Observamos que o leite materno carrega uma carga de bactérias benéficas que se sobrepõe às bactérias maléficas e assim consegue dar resiliência à microbiota. Com isso, o fato de o bebê ter nascido de parto normal ou cesárea, prematuro ou nascido de nove meses tem pouco impacto na modulação da microbiota. O principal fator de modulação é o leite”, afirmou a coordenadora do estudo, professora Carla Taddei, docente colaboradora do Instituto de Ciências Biomédicas (ICB) e da Faculdade de Ciências Farmacêuticas (FCF) da USP, à Assessoria de Imprensa do ICB-USP.

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Já o leite de fórmula se mostrou incapaz de produzir o mesmo grau de modulações positivas. “O que irá determinar como será a microbiota são, principalmente, as interações das bactérias com o ambiente do intestino, além da genética familiar e dos diversos eventos que acontecem nesses primeiros dias, como o parto, os medicamentos que a criança recebe [principalmente antibióticos] e o tipo de dieta”, explica a professora.

Não tem muita diferença também se o leite materno é oriundo da mãe ou de bancos de leite. Isso porque um estudo anterior conduzido pela FCF-USP no Hospital Universitário, e coordenado pela docente, identificou que, apesar das diferenças nutricionais proporcionadas pela pasteurização, os resultados na modulação da microbiota são os mesmos.

Equilíbrio de longa duração

Os dois primeiros de vida das crianças são muito importantes, pois definem como a formação da microbiota será durante o resto da vida, uma vez que nesse momento é que se constrói a microbiota basal, que permanecerá, independentemente dos hábitos alimentares e questões de saúde. “Após esse período, o que modula a microbiota é o ambiente e a dieta. No entanto, por mais que a microbiota sofra alterações, a qualquer momento ela pode retornar a ser como era nos primeiros dois anos. Por exemplo, se um adulto se tornar vegano, sua microbiota será alterada. Mas se ele abandonar o veganismo, ela voltará à forma basal”, explica a coordenadora do estudo.

Para as mães que não podem amamentar, a melhor solução é, portanto, adquirir o leite materno de bancos de leite. “Nos hospitais, os leites passam por diversas avaliações que garantem uma segurança microbiológica e identificam suas propriedades nutricionais. Com isso, os hospitais Amigos da Criança selecionam os leites que mais se adequam às propriedades que cada bebê precisa, de acordo, por exemplo, com seu peso e seus índices de cálcio no sangue”, destaca a docente.

Dados

Os resultados da pesquisa foram obtidos por meio de sequenciamento de dados do DNA dos 500 voluntários. O procedimento é realizado por meio de uma tecnologia chamada de “shotgun”, que permite analisar milhões de informações das amostras em um curto período. “Com essa tecnologia, conseguimos analisar 5 milhões de sequências de DNA por criança. Enquanto com as máquinas convencionais conseguimos algo em torno de 100 a 200 mil. Ao final desses mil dias, teremos um contingente de dados que poderão ainda ser analisados por mais de dez anos”, comenta Taddei.

O recurso e o projeto são fruto de um financiamento de US$ 2,8 milhões (cerca de R$ 13,4 milhões pela cotação atual) da Wellcome Leap, organização britânica sem fins lucrativos. Para realizar o estudo, sete grupos de pesquisadores da USP, de diferentes instituições, se reuniram no Projeto Germina para analisar com detalhes o que é considerado um desenvolvimento saudável de uma criança de até três anos, do ponto de vista da genética, microbiologia, nutrição, fonoaudiologia, pediatria, psicologia, psiquiatria de crianças e neurociência do desenvolvimento. “Esperamos fazer um modelo que possa prever, nos primeiros três meses, como a criança estará com três anos, e assim orientar tratamentos personalizados”, finaliza a professora.

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