Qual a diferença entre sal e sódio?
Em primeiro lugar, é importante relembrar a diferença entre sal e sódio. O sal de cozinha é um alimento usado na culinária, formado por átomos de sódio (40%) e átomos de cloro (60%), para dar sabor aos preparos. Já o sódio é um nutriente fundamental ao organismo, correspondendo, assim, a 40% da composição do sal de cozinha.
Qual a recomendação de sal para as crianças?
A Organização Mundial de Saúde (OMS) recomenda o uso de menos do que 2 gramas de sódio (ou 5 gramas de sal) para crianças maiores de 2 anos. Essa quantidade equivale a uma colher de chá. Já, os pequenos entre 6 meses (início da introdução alimentar) e 2 anos recebem a quantidade de sódio necessária por meio dos alimentos que consomem, como laticínios e ovos. Por isso, não é preciso acrescentar o sal no preparo das refeições dos menores.
Qual o risco do excesso de sódio para a saúde das crianças?
Por mais inofensivo que pareça, aquele pão fofinho que o seu filho consome todos os dias, em casa e na lancheira da escola, tem sódio em sua composição e, junto a outros industrializados, pode elevar a quantidades desse mineral na dieta das crianças. Essencial para o bom funcionamento do organismo, em excesso, deixa crianças (e adultos) mais propensas a problemas cardiovasculares, hipertensão, colesterol alto, diabetes tipo 2 e obesidade.
As consequências do sódio para as crianças aparecem rapidamente?
Não. No começo o sódio não vai acusar nenhum mal para o seu filho. Porém, com o passar do tempo, essa quantidade vai se acumulando no organismo da criança. Quanto mais sódio, mais cedo ela terá problemas como hipertensão, diabetes tipo 2, colesterol alto e até obesidade. Como se não bastasse esse rastro de problemas, o sódio compete com a absorção de cálcio no organismo. O que quer dizer que o uso abusivo pode também causar no futuro osteoporose e raquitismo.
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Quais alimentos devo evitar oferecer para a criança?
Além de ajudar a realçar o sabor, o sódio serve como conservante, diminuindo a concentração de água no alimento e impedindo o crescimento e a proliferação de micro-organismos. Por isso, produtos industrializados, como comida congelada, salgadinho e biscoito recheado, e embutidos (salame, mortadela e salsicha) estão cheios de sódio.
E a lista não pára por aí: pão de forma, refrigerante, cereal matinal, chocolate - principalmente o branco- e derivados de queijo e leite também apresentam boas quantidades do mineral. O consumo de todos esses alimentos deve, portanto, ser moderado pelos pais, mas a atenção precisa estar realmente voltada para dois dos campeões em sódio: macarrão instantâneo, cujo tempero contém até 50% da necessidade diária dedo organismo, e lanches de fast-food (que podem conter até 80% do consumo recomendado).
Alimentos naturais contêm sódio?
Sim. Feijão, soja, batata, tomate e acelga são fontes de sódio. Frutas, como pêra, banana, laranja e maçã, também contêm o mineral em sua composição. Como a concentração é baixa, se você encher o pratinho do seu filho com esses alimentos não vai fazer mal.
Se sódio está em quase tudo, como controlar o consumo?
Trocar as guloseimas por lanchinhos mais saudáveis, evitar comida congelada, moderar o consumo de fast-food, tudo isso ajuda muito. Mas, vamos nos concentrar em duas dicas bem importantes e simples. A primeira é ler o rótulo antes de comprar os produtos. Se o alimento é rico em sódio, se é gorduroso, se contém vitamina... está tudo discriminado na embalagem. É só a gente se lembrar de olhar. A outra dica parece estranha, mas ajuda: tirar o saleiro da mesa. Assim, você evita que o seu filho coloque mais sal no prato do que o necessário.
Fonte consultada: Jocemara Gurmini, pediatra, gastroenterologista e nutróloga