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A pequena Evie-Mae Geurts, de 7 anos, vive com a família na cidade de Bristol, na Inglaterra, e foi diagnosticada com hidrocefalia aos 8 meses de idade. Na época, os médicos disseram que ela provavelmente nunca seria capaz de andar ou falar. Em janeiro de 2021, porém, os especialistas descobriram que, de alguma forma inexplicável, a menina havia se curado. Hoje, Evie leva uma vida completamente normal e saudável.  

Mãe fala de cura inexplicável da filha, diagnosticada com hidrocefalia (Foto: Reprodução/Facebook/Family News - Hull Live)

Mãe fala de cura inexplicável da filha, diagnosticada com hidrocefalia (Foto: Reprodução/Facebook/Family News - Hull Live)

Em entrevista ao Daily Mail, a mãe da criança, Amy, 28, contou que levou a filha ao médico quando ela ainda tinha poucos meses de vida, depois que ela pegou um “resfriado forte”, que a deixou com os olhos “muito vermelhos”. Após a realização de exames, os especialistas descobriram que ela estava cega. 

Com o passar do tempo, Amy notou que a cabeça de Evie estava inchando cada vez mais. Desconfiada de que pudesse ser hidrocefalia, a mãe levou a menina ao hospital várias vezes. “Eu sabia sobre a hidrocefalia porque meu irmão tem e eu pensei que esse poderia ser o caso de Evie também. Mas me disseram que eu estava errada porque os sintomas seriam piores se ela tivesse hidrocefalia”, relatou.

A mãe, então, resolveu levar a filha para se consultar com o neurocirurgião que atende o irmão dele — e o médico confirmou que Evie realmente tinha hidrocefalia. Com o diagnóstico em mãos, ela voltou ao hospital e exigiu que a filha passasse por exames específicos, que identificaram que o cérebro da menina estava “cheio de fluidos”. “O médico disse que foi sorte eu tê-la levado lá, porque a pressão no cérebro dela estava muito alta. Ela poderia ter morrido”, disse Amy.

Como procedimento de emergência, os médicos colocaram uma válvula na cabeça da Evie, para drenar o excesso de fluido. “Disseram que por causa do atraso no diagnóstico, ela provavelmente não seria capaz de andar ou falar”, contou a mãe. Porém, superando todas as expectativas, a menina começou a dar pequenos passos aos 2 anos de idade. “Eventualmente, ela começou a falar e, surpreendentemente, ganhou a visão de volta”, comemorou Amy.

Em janeiro de 2021, a criança voltou a apresentar dores de cabeça. Preocupada, Amy levou a filha de volta ao hospital e os médicos se surpreenderam novamente ao perceber que as dores estavam sendo causadas pelas válvulas em seu cérebro, que estavam “pressionando” o órgão porque não havia mais excesso de líquido. “O médico não conseguia acreditar. De alguma forma, ela se curou! Ele me disse que nunca tinha visto isso antes”, contou a mãe.

Por meio de uma cirurgia, as válvulas foram removidas do cérebro de Evie. Atualmente, a menina leva uma vida comum. “Ela está falando, andando e se desenvolvendo para além do esperado para a idade dela. Ninguém consegue entender – ela estava com o desenvolvimento atrasado e agora, de repente, está muito à frente. Ela é uma garotinha incrível e muito corajosa”, concluiu Amy. 

Sobre a hidrocefalia

Para a CRESCER, o Dr. José Erasmo, neurocirurgião do Sabará Hospital Infantil, explica que dentro do cérebro existem cavidades cerebrais pelas quais circula uma espécie de "líquido", conhecido como cefalorraquidiano. A hidrocefalia pode interferir na produção, circulação ou drenagem desse líquido no sistema nervoso, fazendo com que ele se acumule. 

Os sintomas da hidrocefalia variam de acordo com idade. Nos bebês com menos de um ano, há principalmente um aumento no diâmetro da cabeça. Já nos maiores, que não são tratados, a cabeça não cresce tanto, mas elas sentem dores de cabeça, enjoo, vômito e irritabilidade, além de sofrerem atraso no desenvolvimento, que pode levar até mesmo a uma dificuldade para andar. "O acúmulo do líquido dentro do cérebro causa uma pressão e pode lesionar os neurônios", esclarece o neurocirurgião.

Como tratamento, geralmente os especialistas colocam um implante chamado de derivação ventrículo-peritoneal, mais conhecido como válvula. Sua função é drenar o líquido da cabeça da criança. Segundo o médico, essas válvulas jogam o líquido do cérebro para outras cavidades do corpo. Há também a possibilidade de fazer uma endoscopia cerebral, em que os cirurgiões criam dentro do cérebro do paciente outro caminho para o líquido circular. Após o tratamento, há um equilíbrio da pressão no cérebro da criança, mas ainda não é possível saber o quanto de melhora cada paciente terá, principalmente porque a hidrocefalia vem, geralmente, associada a outras doenças, ainda de acordo com o neurocirurgião.

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