Um novo estudo publicado na revista Nature Communications aponta que plantar árvores nos lugares errados pode, na verdade, contribuir para o aquecimento global. Os pesquisadores envolvidos também criaram um mapa que identifica os melhores locais para regenerar florestas e resfriar o planeta.
As árvores absorvem dióxido de carbono, e restaurar áreas de florestas degradadas ou plantar mudas para aumentar a cobertura florestal é uma ferramenta na luta contra as alterações climáticas. Contudo, segundo os cientistas envolvidos no estudo, em alguns casos, mais árvores significa que menos luz solar é refletida pela superfície da Terra e mais calor é absorvido pelo planeta.
Pesquisadores já haviam compreendido que a restauração da cobertura verde levava a alterações na quantidade de albedo – a radiação solar refletida na superfície do planeta. No entanto, não possuíam as ferramentas para explicar o fenômeno.
Ao usar novas técnicas, os investigadores puderam considerar, pela primeira vez, o efeito de arrefecimento das árvores e o aquecimento causado pela diminuição da albedo. Eles descobriram que os projetos que não incluíram albedo na equação superestimaram o benefício climático de árvores adicionais em 20% a 80%.
A pesquisa também desenvolveu mapas para ajudar gestores ambientais a identificar os melhores locais a fim de canalizar os recursos e obter o máximo impacto climático possível.
Ambientes tropicais úmidos, como as bacias Amazônica e do Congo, apresentam um elevado armazenamento de carbono e baixas alterações na albedo, tornando-os locais ideais para restaurar a cobertura florestal.
Conforme o estudo, o oposto acontece nas pastagens temperadas e na savana, onde a revegetação pode não ser tão eficiente no resfriamento do planeta.