Um novo estudo conduzido por pesquisadores brasileiros sugere que o estado de conservação das florestas tropicais é muito pior do que se imagina. O artigo publicado na revista científica Science mostra que 82% das árvores encontradas apenas na Mata Atlântica estão ameaçadas de extinção.
Para o estudo, os pesquisadores conduziram uma avaliação da conservação de 4.950 espécies usando mais de 800 mil registros de herbário e 1,3 milhão de contagens de árvores de inventários florestais. De todas as árvores presentes no bioma, 65% estão ameaçadas de extinção. Considerando apenas as 2 mil espécies endêmicas, restritas à Mata Atlântica, o número sobe para 82%.
![O emblemátio pau-brasil está criticamente ameaçado de extinção — Foto: Pexels / mauro halpern / Creative Commons](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/DCt7Q8k3dOliNk5Qg8A9z4FrlAs=/0x0:1153x2048/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2024/A/e/B6Br9mS3CSKeKRWnnA9w/46885983262-b487c62653-k.jpg)
Esta é a primeira vez que o grau de ameaça a todas as espécies do bioma Mata Atlântica foi avaliado seguindo os critérios da União Internacional para a Conservação da Natureza (IUCN), cuja Lista Vermelha de Espécies Ameaçadas de Extinção é considerada um indicador crítico da saúde da biodiversidade mundial.
"Quando incluímos poucos critérios da UICN nas avaliações, o que a maioria dos investigadores já havia feito antes, obtivemos seis vezes menos espécies ameaçadas. O número real foi um choque", afirma o autor Renato Lima, professor da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz da Universidade de São Paulo (ESALQ-USP).
“Informações desse tipo são extremamente importantes para a formulação de políticas públicas de conservação e reflorestamento”, completa.
![A Araucaria angustifolia costumava ser uma espécie muito comum na Mata Atlântica, especialmente, no Paraná — Foto: Pexels / alloe. / Creative Commons](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/DeVTdJIT4a8TaU9cH9DQ8SDVzUs=/0x0:1000x750/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2024/9/B/KCRfRrQXedESHDIohLGQ/5023095438-145a8b04f7-b.jpg)
Outra descoberta foi que o declínio populacional nas últimas três gerações foi inferior a 30% para apenas 7% das espécies endêmicas. As espécies com uma queda de 30% a 50% em 10 anos ou três gerações são classificadas como “vulneráveis”, o nível de ameaça mais baixo da UICN. Acima deste nível, elas já se encontram “em perigo”, o caso de 75% das espécies avaliadas.
O emblemático pau-brasil foi considerado criticamente ameaçado devido a um declínio estimado de 84% no tamanho da população nas últimas três gerações. Espécies outrora comuns, como araucária, juçara e erva-mate, perderam pelo menos 50% de suas populações e são classificadas como ameaçadas de extinção.
![Um Só Planeta — Foto: Editora Globo](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/MhkYl7TkYH2JphsbhwljHaaUc2k=/0x0:1400x208/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2024/A/z/3BD2b4QhKzffrvskwB7Q/rodape-marie-claire-casa-e-jardim-e-casa-vogue-20-8cmx3-6cm.jpg)