Elas encantam por onde passam e há até quem planeje o jardim pensando em atraí-las: as borboletas e mariposas são importantes polinizadores, mas também são consideradas um excelente bioindicador. Devido à sua fragilidade, elas são afetadas pelas menores mudanças no meio ambiente e denunciam alterações nos ecossistemas.
A presença de uma borboleta em determinado bioma ou o declínio de sua população podem ser a chave para entender as consequências das mudanças climáticas e o impacto das atividades humanas no meio ambiente. Pensando nisso, a Friend of the Earth, uma iniciativa da Organização Mundial de Sustentabilidade, criou o Censo Global de Borboletas.
![Os atendentes do Friends of The Earth recorrem à bibliografia científica de cada país a fim de identificar corretamente as espécies fotografadas — Foto: Indiana Rios / Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/fdoZGMYOxLxVBJPvk4hBW-uOxtU=/0x0:5184x3888/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2023/7/2/z7TCzSThuS6CYDsuaSmA/img-8111.jpeg)
Lançado em janeiro de 2021, consiste em um banco de dados alimentado pelo público. Basta que, ao avistar uma borboleta ou mariposa, você tire uma foto nítida da espécie e encaminhe para o número de WhatsApp (+ 39 344 158 0067).
“Para não assustá-las, faça o mínimo de barulho possível, mas acima de tudo mova-se devagar e na mesma altura dela, para que a espécie fique bem enquadrada”, ensina a cientista Clarissa Puccioni, especialista de projetos da Friend of The Earth. “Vale ressaltar que nem todas as borboletas são medrosas ou calmas, dependerá da espécie e do contexto. Mover-se devagar e ter paciência é o segredo”."
Enviada a imagem, um representante da Friend of the Earth responderá com o nome da espécie e arquivará as informações, associando-as a um mapa interativo. Em pouco mais de dois anos de atividade, já são mais de 2400 imagens, com cerca de 840 espécies identificadas, em 38 países.
![No caso de espécies que só possam ser identificadas por análise genética e essa não seja uma possibilidade, a Friend of The Earth responderá apenas com o gênero da borboleta em questão — Foto: Indiana Rios / Divulgação](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/YxgpZmCcIWT5XHjU2L0ikjthaG4=/0x0:5184x3888/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2023/e/B/yKV5RhQIWMvxJyDouRCQ/img-8110.jpeg)
“O mais empolgante não são os números em si, mas a descoberta de algumas espécies que não eram vistas há tempos, como a mariposa Acherontia atropos encontrada em Arghillà, na Itália, após 40 anos. Ou a borboleta Lopinga achine, encontrada em Brescia, também na Itália, onde é muito rara e classificada em risco de extinção”, afirma Clarissa.
O maior objetivo do Censo Global de Borboletas é enriquecer os bancos de dados científicos, a fim de avaliar as populações, compreender melhor seu comportamento para, então, desenvolver estratégias de preservação e conservação.
“Também pretendemos conscientizar e aproximar as pessoas da delicada questão do declínio desses insetos em todo o mundo, dando conselhos e soluções úteis em termos de sustentabilidade, através de dossiês e webnários”, diz a cientista.
![Um Só Planeta — Foto: Editora Globo](https://cdn.statically.io/img/s2-casaejardim.glbimg.com/ZFx0VFjO7-kJ1Ns58P0BXYz46UE=/0x0:620x160/984x0/smart/filters:strip_icc()/i.s3.glbimg.com/v1/AUTH_a0b7e59562ef42049f4e191fe476fe7d/internal_photos/bs/2023/E/8/vZlfs3QnuzKnqF1gbbaQ/banner-digital-de-cobertura.jpg)