Um Só Planeta

Por Aline Melo

“É algo terrível essa grande ilha de lixo no Pacífico, mas se o nível do mar continuar subindo, todos nós vamos ter que considerar nos mudar para lá”. Nas horas vagas, o arquiteto Juan Manuel Prieto atua como comediante de stand up e, desta piada um tanto quanto sem graça, surgiu o insight para a Polimerópolis, um novo ecossistema sustentável de habitação.

Elaborada em conjunto com sua parceira Clara Focaccia, no Estudo Focaccia Prieto, e o artista Maxi Araya, especializado em inteligência artificial, Polimerópolis é um modelo escalonável de cidade flutuante, que se tornou viral nas redes sociais. Ela consiste em pequenos conjuntos urbanos na forma de anéis, que comportam até 4 mil habitantes cada.

Um conjunto de redes e vegetação impediriam a passagem dos polímeros plásticos, mantendo a água da lagoa central pura — Foto: Juan Manuel Prieto / Maxi Araya / Divulgação
Um conjunto de redes e vegetação impediriam a passagem dos polímeros plásticos, mantendo a água da lagoa central pura — Foto: Juan Manuel Prieto / Maxi Araya / Divulgação

Através de um sistema de coleta feito de redes e vegetação, associado à fitorremediação, esses anéis restringiriam a passagem de microplásticos e purificariam a água concentrada nas lagoas centrais. Além de promover a manutenção da vida marinha, a água limpa permitiria a ocupação humana.

Já os resíduos plásticos capturados por Polimerópolis seriam triturados e compactados ali mesmo, para estruturar a cidade. Dessa forma, com o tempo, a ilha de lixo no Pacífico diminuiria de tamanho, convertida em volume construído.

“Este projeto é um apelo para repensar como produzimos, consumimos e descartamos os itens, promovendo uma economia circular que procure fechar os ciclos dos fluxos de materiais e priorizar a reutilização e reciclagem de recursos. É uma proposta de um novo paradigma de urbanização que busca conciliar as necessidades da espécie humana com a conservação e o respeito ao meio ambiente”, afirma Juan.

As ilhas de Polimerópolis seriam capazes de produzir energia elétrica a partir do movimento das ondas — Foto: Juan Manuel Prieto / Maxi Araya / Divulgação
As ilhas de Polimerópolis seriam capazes de produzir energia elétrica a partir do movimento das ondas — Foto: Juan Manuel Prieto / Maxi Araya / Divulgação

Totalmente autossuficientes, os anéis seriam capazes ainda de gerar energia elétrica a partir do movimento das ondas, enquanto a osmose reversa ofereceria uma fonte de água potável. Já a produção de alimentos seria baseada no cultivo da flora e fauna marinha nas lagoas fechadas.

“Se os governos do mundo estivessem realmente interessados ​​em resolver este problema do lixo oceânico, talvez pudéssemos desenvolver um primeiro anel em 5 ou 6 anos”, prevê o arquiteto. “Apresentamos este conceito também como uma alternativa ao montante de dinheiro investido hoje na urbanização do espaço”, completa.

O arquiteto Juan Manuel Prieto prevê que o primeiro anel poderia ser construído em 5 ou 6 anos — Foto: Juan Manuel Prieto / Maxi Araya / Divulgação
O arquiteto Juan Manuel Prieto prevê que o primeiro anel poderia ser construído em 5 ou 6 anos — Foto: Juan Manuel Prieto / Maxi Araya / Divulgação

À medida que a cidade expandisse, as novas ilhas seriam dedicadas a usos específicos, como parques, resorts e até um aeroporto, para promover um ecoturismo que conscientizasse as pessoas sobre a escala deste lixo oceânico e as alternativas para o seu saneamento.

“Debruçamo-nos sobre este projeto sem o incentivo de nenhuma organização ou concurso, e a repercussão foi viral. As pessoas reagiram a isso porque todo mundo sabe que nosso futuro é incerto. Espero que conceitos como este consigam convencer nossos governos e instituições que é hora de agir. Não apenas desenvolvendo cidades utópicas, mas regulando a fabricação e o descarte de polímeros por toda a indústria, que precisa parar de poluir”, conclui o arquiteto.

Um Só Planeta — Foto: Editora Globo
Um Só Planeta — Foto: Editora Globo
Mais recente Próxima Pedra natural: 8 motivos para usar em casa e projetos para se inspirar!
Mais do Casa e Jardim

Construída em 1940, a mansão de quatro quartos tem uma área externa com piscina e muito verde

Antiga mansão de Orlando Bloom em Los Angeles é colocada à venda R$ 27 milhões

Localizada a 900 km do Taiti, a propriedade no Oceano Pacífico inclui um resort completo para até 50 hóspedes

Ilha luxuosa do fundador do Cirque du Soleil pode ser alugada para temporada por um valor "simbólico"

A ideia do pesquisador é que a doação ajude a universidade a financiar bolsas de permanência para alunos pertencentes a grupos minoritários

Professor deixa imóvel de R$ 25 milhões para USP em testamento e incentiva outros ricos a fazer o mesmo

O levantamento feito por uma startup do mercado imobiliário apontou endereços no Jardim Europa, Morumbi e Vila Nova Conceição como os mais desejados da capital

Pesquisa aponta as ruas mais caras para se morar em São Paulo

O colunista e designer de interiores Newton Lima mostra como a estilista trouxe personalidade ao seu apartamento com coleções de itens de viagem

Isa Giobbi abre sua casa e dá dicas de como usar souvenirs na decoração

O mercado de tecnologia para o lar se mantém aquecido e apresentando diversos lançamentos inteligentes e aliados ao design e à sustentabilidade

Casa conectada: cinema portátil, caixa de som cheia de arte e mais novidades

Cores neutras na base permitem expor paixões dos moradores, como arte e coleções de instrumentos musicais e bebidas

Conceito wabi-sabi norteia projeto de apê de 150 m² para casal com filho

A planta de aparência diferente se alimenta de insetos e pequenos mamíferos, podendo contribuir para o controle de pragas, além de embelezar o jardim

Nepenthes: conheça a bela planta carnívora que é simples de cultivar

A expectativa é que feira receba cerca de 50 mil visitantes durante os seus quatro dias

10ª edição da ForMóbile ocorre em SP com mais de 550 expositores

Prato fácil de fazer, o caldo verde é uma sugestão para variar no preparo de sopas no inverno

Caldo verde: aprenda a fazer a receita com macarrão