Paisagismo

Por Fernanda Drumond

No universo fantástico de Pandora, onde se passam os filmes da franquia Avatar, as plantas estão conectadas por uma espécie de rede energética através da qual elas podem se comunicar. Esse tipo de interligação pode parecer somente um fenômeno exclusivo de histórias de ficção científica, mas, na verdade, algo assim também ocorre no planeta Terra.

As árvores em uma floresta estão conectadas no subsolo por uma complexa rede de filamentos de fungos (rede micorrízica). Através dessas conexões no subsolo, acredita-se que as plantas compartilhem nutrientes, água e até mesmo informações. O conceito de uma floresta interconectada evocou comparações com a internet e ganhou o apelido de "the wood-wide web", em referência à world wide web (www).

A ideia de que as árvores compartilham recursos e, potencialmente, comunicam-se entre si foi descoberta por cientistas em meados da década de 1990. Eles demonstraram que o carbono, uma fonte primária de energia, poderia ser transmitido entre as espécies através dessas redes micorrízicas, sugerindo a existência de trocas de nutrientes e informações.

Quase três décadas depois, em um estudo publicado na revista Nature, em 13 fevereiro de 2023, pesquisadores da University of Alberta, no Canadá, voltaram a examinar as evidências e descobriram que, embora os fungos do solo sejam importantes, algumas das alegações feitas sobre a rede não possuem provas.

A rede entre árvores de uma floresta existe, mas sua função ainda é um mistério para a ciência — Foto: Felix Mittermeier / Pexels / Creative Commons
A rede entre árvores de uma floresta existe, mas sua função ainda é um mistério para a ciência — Foto: Felix Mittermeier / Pexels / Creative Commons

O que diz o novo estudo?

Segundo os pesquisadores, quase todas as plantas formam parcerias com fungos que vivem em suas raízes. Alguns desses fungos brotam como cogumelos na superfície, mas essa é apenas uma pequena parte da colônia. A maioria dos fungos que se associam aos vegetais vive inteiramente no subsolo, existindo apenas como filamentos quase invisíveis, chamados hifas, que crescem das raízes das plantas para explorar o solo.

Ao permitir que esses microorganismos vivam em suas raízes, as espécies ampliam sua capacidade de capturar nutrientes essenciais. Já os fungos se alimentam dos frutos da fotossíntese (açúcares e gorduras) de suas plantas hospedeiras. Esses filamentos fúngicos formam vastas teias no solo, o que poderia conectar os vegetais.

No entanto, apesar da crença generalizada de que as plantas compartilham alimentos usando essas teias, as evidências permanecem inconclusivas segundo a nova pesquisa. Em experimentos de laboratório e de campo, a quantidade de carbono e outros recursos transferidos entre as espécies é tipicamente pequena e permanece principalmente nas raízes. Isso significa que, embora os fungos recebam carbono de uma árvore, provavelmente esse permanece com ele em vez de ser transferido.

Os autores do novo artigo constataram que as conclusões sobre esse tema foram superestimadas e mostraram como afirmações exageradas de resultados experimentais podem ficar sujeitas a interpretações errôneas ao longo do tempo. Como consequência, há estudos científicos sendo citados para documentar efeitos que não foram reivindicados pelos autores originais.

Apesar dessas considerações, há ainda algumas evidências que suportam o diagnóstico anterior. Os fungos demonstraram atuar como canais para a comunicação de sinais defensivos em algumas espécies. Foi demonstrado que isso ajuda as plantas de feijão a se prepararem para futuros ataques de pulgões em experimentos onde as conexões fúngicas entre elas foram cortadas ou deixadas intactas – embora ainda não se saiba o que são esses sinais e como eles são transmitidos.

Outros experimentos mostraram ainda moléculas de carbono e água sendo transportadas entre mudas de pinheiros em condições controladas de laboratório. Um teste realizado em campo também relatou um corante sendo transportado entre as plantas.

No entanto, ainda não há prova definitiva de que uma rede micorrízica comum estivesse envolvida. Existem explicações alternativas igualmente plausíveis, incluindo outros microorganismos do solo, difusão do corante através da água e contato direto entre as raízes.

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