O chef Rodrigo Oliveira fala sobre a criação de menu para cia aérea

O brasileiro desenvolveu um cardápio que valoriza ingredientes nacionais para servir em voos com destino à cidade de Amsterdam, na Holanda


O brasileiro Rodrigo Oliveira, chef dos restaurantes Mocotó e Balaio IMS, tem uma parceria há 7 anos com a empresa aérea KLM, da Holanda KLM / Divulgação

Comida de avião pode ser saborosa! Isso é o que reitera o chef Rodrigo Oliveira, dos restaurantes Balaio IMS e Mocotó, ambos na capital paulista, em sua parceria com a companhia área KLM. Ele assina o cardápio das categorias World Business Class e Premium Comfort em voos saindo de São Paulo e Rio de Janeiro para Amsterdam, capital holandesa.

Para garantir a brasilidade a bordo, as receitas destacam ingredientes típicos de todo o país. Há, por exemplo, o camarão com vinagrete de feijão-manteiguinha (entrada); e o gnocchi de mandioca, cogumelos, tucupi e molho de queijo tulha (prato principal).

Vegetariano, o gnocchi de mandioca, cogumelos, tucupi e molho de queijo tulha está disponível no menu circular das categorias World Business Class e Premium Comfort dos voos que saem de São Paulo e Rio de Janeiro — Foto: KLM / Divulgação

Esses dois pratos estão disponíveis nos voos saindo de São Paulo e do Rio de Janeiro – partindo da Cidade Maravilhosa (somente na categoria Premium Comfort) há, ainda, uma terceira opção: pernil bovino refogado servido com purê de mandioca, tutano e abóbora agridoce.

Os voos que saem da capital paulista também oferecem a salada sertaneja com tomate-cereja, picles de cebola roxa, queijo coalho e mix de folhas; o robalo com purê de banana-da-terra, espinafre e beurre blanc de castanha-do-pará; e o músculo no molho de vinho, purê de mandioca com tutano, couve salteada e abóbora agridoce.

Músculo no molho de vinho, purê de mandioca com tutano, couve salteada e abóbora agridoce é servido como prato principal — Foto: KLM / Divulgação

Os ciclos de menus são renovados a cada três meses. Em entrevista à Casa e Jardim, Rodrigo conta um pouco sobre o processo de criação do cardápio, bem como suas fontes de inspiração e importância. Confira abaixo:

Casa e Jardim: A sua parceria com a KLM já dura anos. Como é receber o convite de uma empresa holandesa para valorizar a comida brasileira?
Rodrigo Oliveira: É um grande voto de confiança ter uma companhia do porte da KLM, que dialoga com o mundo todo, apostando em um menu brasileiro com sotaque regional.

CJ: Todos os pratos têm algum ingrediente regional?
RO: O menu está todo permeado por iguarias brasileiras. Por exemplo, o tucupi negro, um produto que vem de uma comunidade que faz um trabalho excepcional e ajuda a manter o seu modo de vida. Além de seu valor gastronômico, tem um impacto social. O menu também tem peixes de pesca sustentável, farinha de uarini, feijão-manteguinha e pequi de produtores de cooperativas do centro do país.

A entrada de camarão com vinagrete de feijão-manteiguinha acompanha salada de folhas com cebola, tomate e queijo coalho — Foto: KLM / Divulgação

CJ: O que você gostaria que as pessoas sentissem ao provar o menu?
RO: Eu gostaria que as pessoas sentissem o gostinho de Brasil e se inspirassem a conhecer mais nosso país e seus ingredientes. O tucupi negro, por exemplo, não soa exótico só para estrangeiros; a maioria dos brasileiros não o conhece. Eu queria que o menu fosse um convite a viajar pelos sabores do Brasil.

CJ: Qual a importância desse menu para você?
RO: Cada vez mais as pessoas estão dando importância aos momentos à mesa, `a qualidade da comida e ao seu impacto no mundo. É impensável que a aviação não preste atenção nisso. A prova disso são os esforços de companhias que estão dialogando com o mercado, trazendo para perto chefs e produtores de alimentos. É um desafio muito grande garantir comida boa para todas as pessoas, e fazer isso no ar é uma dose extra de desafio.

*A jornalista viajou a convite da KLM.

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