Como degustar vinho? Colunista ensina passo a passo para iniciantes

Quando abrimos uma garrafa, esperamos que saia dali muito mais que um líquido. Estamos em busca da magia! Ao primeiro gole, o sabor percebido é de satisfação, e até de realização. Por esse motivo, muitas pessoas associam o consumo da bebida a ocasiões especiais.

Mas o vinho vai muito além das celebrações. Essa bebida milenar se tornou o produto agrícola mais cobiçado do mundo. Não apenas por fazer parte da história e da mitologia, mas também pela qualidade e complexidade de sabores e aromas.

Toda essa riqueza originou milhares de estilos de vinhos ao redor mundo. Com certeza um deles será o seu favorito, que combina com a sua comida preferida. Por isso, aprender a degustar deve ser algo que ultrapassa repetir termos técnicos ou comprar garrafas caras.

Aprender a degustar vinho é, antes de tudo, conhecer sobre nós mesmos, descobrir nossas preferências e respeitar nosso gosto pessoal. O vinho da sua vida está em uma garrafa esperando por você e a degustação é o caminho para encontrá-lo.

A degustação técnica do vinho tem três etapas: visual, olfativa e gustativa. Aqui, nosso foco é a análise gustativa e os elementos a serem identificados são:

• Doçura: percepção de açúcar no vinho;
• Tanino: sensação de boca amarrada, boca seca;
• Acidez: frescor causado pela salivação;
• Corpo: peso e textura da bebida na boca;
• Álcool: sensação de boca e garganta quente ou queimando;
• Final e persistência: tempo que o sabor do vinho permanece na boca.

Nesse primeiro momento, vamos nos ater à doçura e ao tanino, pois são os dois pontos de partida essenciais para dar início à jornada em busca do vinho preferido.

Para identificá-los, sirva-se de um vinho tinto, dê um gole e perceba se você sente a boca amarrada, como se tivesse comido uma banana-verde. Essa sensação é causada pelo tanino, substância muito importante nos vinhos tintos, proveniente da casca e semente da uva.

Agora analise se gostou ou não da sensação. Se gostou, sugiro provar vinhos de uvas mais tânicas, como Malbec, Cabernet Sauvignon e Tannat. Se não gostou tanto assim da secura causada pelo tanino, busque vinhos de uvas menos tânicas, como Pinot Noir e Grenache. Ou ainda vinhos brancos, que não possuem taninos.

A doçura é percebida na ponta da língua e está ligada à quantidade de açúcar residual da uva. Vinhos secos têm uma fração de açúcar muito baixa, quase imperceptível. Já os vinhos meio secos e suaves têm proporções gradativamente maiores. Importante ressaltar que o açúcar é natural da uva, não há inserção desse ingrediente. Como esse é um tema que gera bastante dúvida, vamos discuti-lo no próximo mês.

A dica em relação à escolha da doçura do vinho é considerar o seu paladar. Se você é uma pessoa que gosta de bebidas e drinques doces ou de adoçar o chá e o suco, possivelmente, se identificará com um vinho meio seco ou até suave. Se você é apreciador de bebidas e drinques sem açúcar e de café puro, o vinho seco pode agradar mais. De qualquer forma, a única maneira de descobrir qual o seu estilo preferido é degustando.

Para ajudá-lo nessa busca, preparei para os leitores da Casa e Jardim, um guia completo com o passo a passo de como aprender a degustar vinhos. O e-book apresenta explicação das três etapas (visual, olfativa e gustativa) da degustação, cada uma das características em detalhe e a ficha de degustação para você imprimir. Basta fazer o download gratuito do e-book aqui.

Agora é com você! Comece a provar e definir suas preferências. No próximo mês, daremos mais alguns passos em busca do nosso vinho preferido!