Comportamento

Por Por Gladys Magalhães


A falta de atividade adequada pode levar o pet a cavar estofados, como a cama ou o sofá — Foto: ( Unsplash/ Brooke Cagle/ CreativeCommons)
A falta de atividade adequada pode levar o pet a cavar estofados, como a cama ou o sofá — Foto: ( Unsplash/ Brooke Cagle/ CreativeCommons)

Caminhas, almofadas, cobertores, sofás. Quem convive com um cachorro em casa sabe que vez ou outra pegará o pet cavando algum estofado. Mas você sabe os motivos que levam o cão a tal atitude?

No geral, segundo os médicos-veterinários consultados por Vida de Bicho, o comportamento é inofensivo e faz parte das características da espécie.

“Este é um hábito instintivo, que remonta um costume dos antepassados desses animais. Ele pode ter alguns significados, como, por exemplo, se o ato de cavar acompanhar um brinquedo ou ossinho, podemos relacionar com a tentativa de escondê-los para um momento futuro. Também é possível correlacionar com o esforço em se aninhar, procurando deixar o terreno mais fofo e agradável para deitar”, explica o médico-veterinário comportamentalista Daniel Svevo, consultor de uma marca que oferece serviços para animais de estimação.

Falta de atividade

A falta de atividades adequadas, sobretudo para raças mais agitadas, também pode levar o pet a cavar estofados, conforme esclarece a médica-veterinária Jade Petronilho, coordenadora de conteúdo um pet shop online.

“Em geral, cães que possuem essa tendência de cavar com muita frequência, independentemente da idade, podem estar demonstrando que estão entediados e com menos atividades físicas e mentais do que deveriam. Raças de trabalho ou as naturalmente mais agitadas podem fazer isso por serem mais difíceis de ter suas necessidades supridas, principalmente se não contam com passeios, brincadeiras e desafios diários”, afirma a profissional.

Fique alerta

Os tutores devem ficar atentos quando o hábito for realizado com muita frequência, de forma compulsiva, o que pode até levar o animal a se machucar, provocando desgastes e sangramento das unhas, por exemplo.

“Se observarmos que a frequência deste comportamento está alta, a ponto de não parecer um ato normal de cavar, e sim um alívio de ansiedade, recomendo ampliar as atividades do pet, utilizando o enriquecimento ambiental no dia a dia, aumentando passeios e brincadeiras com o objetivo de dar vazão à energia", recomenda Daniel.

Ele ainda orienta que o tutor busque ajuda de um médico-veterinário comportamentalista em casos mais graves. "Ele irá avaliar a possibilidade de agir em conjunto com uma medicação para equilibrar as emoções, ajudando na evolução do quadro”, complementa.

O ato de cavar ao lado de um brinquedo ou ossinho pode ser relacionado com a tentativa de escondê-los para um momento futuro — Foto: ( Pixabay/ Jan Thorpe/ CreativeCommons)
O ato de cavar ao lado de um brinquedo ou ossinho pode ser relacionado com a tentativa de escondê-los para um momento futuro — Foto: ( Pixabay/ Jan Thorpe/ CreativeCommons)

Cuidado com as broncas!

Ao ver o cão cavando estofados, muitos tutores têm o impulso de reprimir o animal. Entretanto, os profissionais não aconselham tal atitude, visto que ela pode até reforçar o comportamento.

“Antes de tudo, devemos entender o contexto e por quais motivos ele está fazendo isso. Entendo que pode ser um hábito ruim para os humanos, especialmente se é feito em adereços da casa, como almofadas ou sofás, por exemplo, mas precisamos verificar se é um ato muito frequente que necessita de ajuda profissional. Se é algo pontual e esporádico, o ideal é mudar o foco do pet, mas sem dar broncas. Cavar é algo natural para eles e, por isso, quando reprimimos algo típico da espécie, podemos deixá-los frustrados”, ressalta Jade.

Daniel concorda que os tutores devem ter cuidado com as broncas pois, na maioria das vezes, elas podem ser entendidas pelos bichos como atenção. "Pode funcionar como um reforço do comportamento. O cão entende que cada vez que ele cava, as pessoas param o que estão fazendo e dão atenção para ele - mesmo que ela não seja muito agradável, como uma bronca. Se o comportamento não está trazendo prejuízo à saúde ou à convivência, recomendo que a família não faça nenhum tipo de interrupção”, sugere.

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