Vida de Bicho já desmentiu aquela máxima de que cachorro que late não morde - na verdade, uma coisa não tem nada a ver com a outra. Mas será que existe uma forma de identificar se o cão está prestes a morder? Segundo especialistas, depende.
Para começar, é preciso entender que qualquer cachorro pode morder. Ou seja, até aquele animal tranquilo, que todo mundo diz que "não faz nada", pode, sim, ter esse tipo de comportamento.
"Não podemos nos esquecer de que, mesmo domesticados, são animais, têm instintos e a capacidade de morder. Até mesmo o cão mais dócil que você conhece, um dia pode fazer isso", afirma a adestradora canina Beatriz Saraiva.
Segundo Sabina Scardua, médica-veterinária que atua com comportamento e colunista do Vida de Bicho, pode ser que, em certas situações, o animal não sinalize que vai morder. "Por exemplo, se o cachorro percebe que só consegue a resposta do tutor quando morde, ele passará a morder sem aviso prévio", explica a profissional.
Sinais de alerta
Alguns indícios de que o animal está prestes a morder são:
- olhar fixamente
- congelar o corpo
- evitar contato, se afastando ou virando de costas
- arrepiar os pelos
- colocar o rabo entre as pernas, abaixá-lo ou erguê-lo acima da posição horizontal
- manter as orelhas viradas para a frente ou para trás
- postura arqueada
- rosnar
- mostrar os dentes
Beatriz salienta que, se o cão já chegou ao estágio de rosnar e mostrar os dentes, que são sinais críticos, quer dizer que o tutor ignorou todos os outros e não respeitou o espaço do animal - ou seja, é preciso ficar atento!
É possível evitar que o cão morda?
As especialistas esclarecem que o cão tende a morder quando está desconfortável. Esse pode ser um mecanismo para demonstrar força ou, ao contrário, se defender em caso de medo.
Sendo assim, a melhor maneira de evitar o pior é ficar atento à linguagem corporal do pet e respeitar o espaço dele. Isso significa afastar o estímulo ou a situação desconfortável imediatamente.
"Algumas pessoas acham que ceder ao sinal de agressividade do cão reforça esse comportamento, mas confrontá-lo quando ele já está neste estado tem um efeito catastrófico. O ideal é o animal ser afastado e deixado sozinho por um tempo, para se acalmar longe do estímulo desencadeador", sugere Sabina.
A profissional reforça que esse tipo de comportamento deve ser evitado a qualquer custo, e que mesmo as mordidinhas de filhotes não devem ser aceitas, pois podem evoluir para quadros mais graves.
Por fim, Beatriz salienta que, se o cão demonstra um comportamento agressivo com frequência, o ideal é procurar um adestrador antes que a situação piore.