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Por — São Paulo


Depois de levantar cerca de US$ 2,6 bilhões em março deste ano, no maior IPO suíço das últimas duas décadas, a Galderma voltou a investir no Brasil. Dona de marcas de cosméticos como a Cetaphil e Dermotivin e injetáveis como o Sculptra, a multinacional de skincare vai expandir a fábrica em Hortolândia (SP), sua única planta na América Latina — que abastece 39 países. A gigante de farmacologia dermatológica também é a comercializadora e distribuidora para fins estéticos do Dysport, da Ipsen, o concorrente do Botox.

O aporte inicial, para a compra de um terreno vizinho, foi de cerca de US$ 6,5 milhões. É o começo de um projeto que deve ampliar a capacidade produtiva da fábrica em pelo menos três vezes. O polo produtivo exporta para países da América Latina, Europa, Ásia, Oceania, África, e para os Estados Unidos. Ao todo, a companhia está presente em 92 nações e o Brasil é seu terceiro maior consumidor.

“O Brasil é muito relevante em termos de volume e, ao mesmo tempo, apresenta uma das taxas de crescimento mais altas, junto com a China”, disse ao Pipeline Flemming Ørnskov, CEO da Galderma, durante visita ao Brasil.

Dysport, marca concorrente do Botox que pertence à Galderma — Foto: Reprodução/Site
Dysport, marca concorrente do Botox que pertence à Galderma — Foto: Reprodução/Site

Também foi no mercado local que a Galderma encontrou um exército de profissionais da saúde qualificados para não só recomendar, mas também aplicar produtos de maior complexidade — um ativo fundamental para a operação. A empresa suíça tem levado médicos brasileiros para outros países, a fim de realizar treinamentos com colegas interessados em aprender a injetar os produtos da companhia.

"Estética é uma categoria enorme no Brasil, mas também muito competitiva. Hoje temos posição de liderança de mercado com alguns produtos e vejo que a equipe local fez um trabalho fenomenal”, diz o CEO — na região, quem comanda o negócio é o colombiano Juan Gaona. “Muitos dos nossos produtos não vêm com um manual, não são para uso próprio pelo consumidor final, como os preenchimentos, por exemplo. Isso requer um médico muito bem treinado.”

Além dos investimentos no interior de São Paulo, a companhia está ampliando sua fábrica sueca, em Uppsala, para atender ao ritmo da demanda — são quatro fábricas, ao todo, contando uma no Canadá e outra na França. No balanço do primeiro trimestre, a companhia reportou expansão nas vendas de todas as categorias (de 19,3% em estética injetável e de 8,4% para skincare, especialmente) e recorde de vendas para o período, superando US$ 1 bilhão.

Na mesma divulgação, há algumas semanas, a Galderma confirmou a expectativa de crescer entre 7% e 10% neste ano. De acordo com os dados consolidados de 2023, o faturamento anual da companhia já é superior a US$ 4 bilhões. Mas se a receita pode ser comemorada, por outro lado, um arranjo complexo em sua formação histórica colocou um asterisco na alavancagem.

A maior parte do que foi levantado no IPO, na verdade, foi usado para pagar a dívida da companhia e tentar corrigir a rota. Após a listagem e o aporte dos recursos levantados para honrar os compromissos, a dívida financeira da empresa ficou próxima de US$ 2,9 bilhões.

Flemming Ørnskov, CEO da Galderma — Foto: Divulgação
Flemming Ørnskov, CEO da Galderma — Foto: Divulgação

Uma parte da oferta foi secundária, dando saída aos principais acionistas. A maior participação até hoje é do consórcio formado pelo private equity EQT, com o GIC, fundo soberano de Singapura, e a ADIA (Autoridade de Investimentos de Abu Dhabi). O grupo adquiriu a participação da Nestlé na multinacional suíça em 2019, por US$ 10 bilhões.

A Galderma foi criada em 1981 como uma joint venture da Nestlé com a L'Oréal, hoje sua maior concorrente no segmento de cosméticos para cuidados com a pele. Em bolsa, a companhia vale US$ 19,4 bilhões.

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