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Por — São Paulo


Apesar da desaceleração do mercado de private equity diante de um cenário macroeconômico menos favorável, o cofundador da gestora KKR, Henry Kravis, não está preocupado com o cenário de juros altos no mercado americano e continua vendo oportunidades de investimento. “Durante 48 anos de nossa história enfrentamos vários cenários de inflação alta”, disse Kravis há pouco, em participação virtual no Congresso da Abvcap. “Você tem que ter foco no que pode controlar, olhar no longo prazo e tomar risco.”

A KKR é uma das maiores gestoras de private equity do mundo, com US$ 553 bilhões sob gestão. O fundo seguiu investindo ativamente durante a crise financeira de 2008, na crise financeira global em 2010 e durante a pandemia. “Em 2022, nós tivemos um dos nossos melhores anos”, disse Kravis, em referência à captação de recursos. A gestora planeja levantar mais US$ 300 bilhões até 2026, segundo apresentação no Investor Day neste ano.

Conhecido por fazer aquisições alavancadas, em que toma empréstimo para fazer investimentos, e considerado um dos maiores dealmakers do mundo, Kravis vê um cenário de juros altos por longo prazo, ainda que acredite que a inflação nos Estados Unidos, que acumula alta de 3,4% em 12 meses até março, já comece a desacelerar em algum momento próximo, refletindo o ritmo das companhias. “Devemos começar a ver mais demissões”, avalia.

Henry Kravis é cofundador da gestora KKR — Foto: Reprodução/YT High Point
Henry Kravis é cofundador da gestora KKR — Foto: Reprodução/YT High Point

Sobre o retorno do investimento em private equity versus a alocação em companhias listadas em bolsa, Kravis vê vantagens em investir em empresas de capital fechado como a facilidade para tomar decisões mais rápidas e para fazer alocações de capital para capex e crescimento. Estudo da KKR mostra que os fundos de private equity entregaram um retorno seis vezes maior em períodos de alta inflação durante 1981 e 2021, lembrou.

O megainvestidor afirma que a visão global ajuda a KKR a se manter ativo e com foco no longo prazo independentemente do cenário macro, inclusive com capital próprio (somente em private equity, são US$ 25 bilhões de capital proprietário aportados). Durante a crise financeira global de 2010, por exemplo, avançou em investimentos na Espanha. Hoje, o fundo busca oportunidades principalmente nos Estados Unidos, Europa e Ásia nos setores de private equity, real estate, crédito, infraestrutura e seguros.

Kravis vê os setores de saúde, digitalização e infraestrutura como as melhores oportunidades para investir. Fundada em 1976, a KKR tem investido no setor de infraestrutura na América Latina em países como Chile, Colômbia e Peru.

Ele avalia que um dos principais fatores para o sucesso da KKR nesses 48 anos é a manutenção da cultura da empresa. “Criamos uma cultura onde todo mundo participa de tudo”, disse. Outro ponto, emendou, é olhar a gestão das empresas investidas e como ela pode melhorar o negócio. Mas o megainvestidor, que deixou o cargo de co-CEO em 2021, tem encontrado tempo para se dedicar também a outras funções, como se envolver em projetos de financiamento de bolsas de estudo, se envolver no mundo as artes, viajar e jogar golfe.

Listada em bolsa americana, a KKR vale US$ 97 bilhões.

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