Day Off
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Por Fabricio Vieira — São Paulo


O saxofonista James Brandon Lewis vive a melhor fase de sua carreira. O músico de Nova York, de 40 anos, viu sua trajetória sofrer uma abrupta mudança num momento em que tentava retomar sua rotina de palco e estúdio, após o turbulento período pandêmico. Em 2021, lançou o disco “Jesup Wagon”, alcançando uma repercussão inimaginada por ele até então. Jesup Wagon foi eleito álbum do ano por diferentes publicações dedicadas ao jazz, incluindo a icônica revista Down Beat em seu incensado “Critics Poll”. Agora ele retorna com um novo disco, “For Mahalia, With Love”.

Lewis tem construído sua carreira no tempo certo. Primeiramente, foi estudar música. Ele se formou na Howard University, em Washington, e depois concluiu seu mestrado no conceituado CalArts (California Institute of the Arts). Seu primeiro disco apareceu em 2010, sem muito alarde. Aos poucos, integrado à cena jazzística de Nova York, foi conquistando seu espaço. Ele toca saxofone tenor, o mesmo instrumento de ícones maiores do jazz, como John Coltrane, Archie Shepp e Sonny Rollins, o que torna ainda mais árdua sua ambição de trazer algo realmente fresco para o jazz.

James Brandon Lewis: “For Mahalia, With Love” — Foto: Divulgação
James Brandon Lewis: “For Mahalia, With Love” — Foto: Divulgação

Para seu novo disco, ele convocou o mesmo sensacional grupo – o Red Lily Quintet – com que gravou o bem-sucedido Jesup Wagon: ao lado de seu sax estão Kirk Knuffke (corneta), William Parker (baixo), Chris Hoffman (violoncelo) e Chad Taylor (bateria). Como indica seu título, o álbum é dedicado à lendária cantora gospel Mahalia Jackson (1911-1972).

Em “For Mahalia, With Love”, Lewis apresenta nove peças, muito particulares releituras de canções gospel e populares que fizeram sucesso na voz da cantora homenageada. Se a aura gospel inevitavelmente está no ar, a música oferecida pelo quinteto vai muito além, sendo um jazz contemporâneo aberto a linhagens avant-garde. Não se trata apenas de revisitações instrumentais a clássicos eternizados na voz de alguém. A ideia por trás do projeto é mais a de captar um sentimento, buscar certa vibração. Estamos falando aqui de um verdadeiro reimaginar de um universo musical consagrado.

O saxofonista conta que cresceu ouvindo Mahalia, especialmente por causa de sua avó, grande fã da cantora. E há anos vinha planejando a melhor maneira de dar forma a este disco.

Peças como “Precious Lord”, “Deep River” e “Swing Low” ressurgem com roupagens bastante distintas das versões tocadas nas rádios décadas atrás – respeito sim, mas sem deixar certa ousadia de lado. O que vemos no álbum são elementos tradicionais – gospel, spirituals, blues – em diálogo criativo com técnicas contemporâneas de composição e interpretação.

Um dos indiscutíveis destaques é “Calvary”. Com seus quase nove minutos, a faixa traz os momentos mais belos e impactantes do álbum. As densas camadas criadas pelas cordas na abertura logo são atravessadas pelo diálogo entre os sopros, antes de o sax adentrar um intenso breve solo. Tudo perfeitamente ajustado.

“For Mahalia, With Love” tem tudo para voltar a colocar James Brandon Lewis entre os destaques do ano no mundo jazzístico.

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