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Por , Em The New York Times — Roma

A primeira-ministra da Itália, Giorgia Meloni, pediu aos líderes de seu partido político que rejeitassem o antissemitismo, o racismo e a nostalgia por regimes totalitários. A medida foi tomada nesta terça-feira, depois que uma agência de notícias italiana gravou com uma câmera escondida membros da Juventude Nacional, a seção juvenil do Irmãos da Itália, glorificando o fascismo e se definindo como fascistas.

“Estou zangada e triste pela maneira como fomos representados pelo comportamento de alguns jovens do nosso movimento”, escreveu Meloni num e-mail aos diretores de seu partido.

A reportagem com o vídeo dos jovens foi divulgada em dois episódios no mês passado. O registro foi feito por um jornalista do Fanpage.it que fingiu ser um ativista da Juventude Nacional. Segundo ele, a câmera escondida mostrou membros do movimento fazendo saudações fascistas, elogiando o ditador fascista italiano Benito Mussolini (1883-1945) e instruindo outros a espalhar adesivos com slogans fascistas.

Algumas pessoas identificadas pela reportagem como membros do grupo juvenil foram filmadas gritando “Sieg heil”, uma expressão adotada pelos nazistas. Outras pessoas da ala foram gravadas fazendo comentários racistas e antissemitas. Os registros foram um golpe para Meloni, que, apesar de ter raízes num partido nascido dos destroços do fascismo, prometeu se apresentar como uma líder moderna e pragmática, dizendo repetidamente que o fascismo pertencia à História.

Quase dois anos após o início de seu mandato, porém, ela teve que pedir à liderança de seu partido para deixar esse legado para trás. Isso mostrou que a transformação não estava completa, e que a nostalgia por alguns dos elementos do passado mais sombrio da Itália persiste – pelo menos em algumas partes da sigla que deixou de ser um movimento marginal para se tornar a maior força governante do país.

— Na minha idade, vou ter que ver isso de novo? — questionou Liliana Segre, de 93 anos, uma senadora italiana e sobrevivente do Holocausto, na televisão italiana após ver os relatórios da Fanpage.it. — Vou ter que ser expulsa do meu país como já fui uma vez?

Parlamentares da esquerda se revoltaram. Michela Di Biase, deputada do Partido Democrático da Itália, acusou a ala jovem da sigla de Meloni de idealizar aqueles que “mancharam a história do nosso país com o sangue da perseguição”. Meloni e parlamentares de seu partido criticaram os métodos do jornalista e disseram que a reportagem não representava a verdadeira identidade de seu partido ou da ala juvenil.

Luca Ciriani, deputado do Irmãos da Itália, disse que a matéria foi construída com base em imagens fragmentadas e fora de contexto. Outros membros do partido, contudo, reconheceram e condenaram o comportamento. Meloni afirmou que “não há espaço em nossas fileiras para aqueles que desempenham um papel caricatural que só serve para criar a narrativa que os nossos oponentes querem sobre nós”.

No e-mail, ela sinalizou que “não temos tempo a perder com aqueles que querem nos fazer retroceder”. Meloni também lembrou aos líderes do partido que o Irmãos da Itália aderiu à resolução de 2019 do Parlamento Europeu que condenava todas as ditaduras do século XX. “É uma posição que não tenho intenção de questionar”, escreveu ela.

Dois membros da seção juvenil, Elisa Segnini e Flaminia Pace, que foram destaque nas gravações, deixaram seus cargos oficiais após a divulgação da reportagem, mas não foram expulsos do movimento, disse Donatella Di Nitto, porta-voz do Irmãos da Itália. Segnini deixou seu emprego (ela trabalhava com um legislador do partido), e Pace renunciou ao cargo no Conselho da Juventude Italiana. Di Nitto disse que elas não comentariam o assunto, e que não houve outras renúncias “por enquanto”.

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