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Por , Em El País — Paris

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GERADO EM: 01/07/2024 - 07:29

Ascensão de Jordan Bardella

Jordan Bardella, líder da extrema direita na França, surge como figura promissora aos 28 anos, com vitória nas eleições europeias. Sua ascensão política, marcada por uma imagem moderada e juventude, levanta questões sobre suas ideias e estratégias futuras.

Jordan Bardella, 28 anos, vencedor das eleições europeias na França e aspirante a se tornar primeiro-ministro após as eleições legislativas antecipadas pelo presidente francês, Emmanuel Macron, foi chamado de "ciborgue" pela sua disciplina e método. Uma máquina para conquistar o poder. Ele também é conhecido como "o genro ideal", aquele líder de extrema direita que não parece de extrema direita. Ele não é fraco, nem pronuncia uma palavra mais pesadamente que outra, nem diz nada que possa facilmente servir aos seus adversários para chamá-lo de antidemocrático, xenófobo e ainda menos racista.

O título de um livro de investigação jornalística recém-publicado sobre ele, "Le grand remplaçant", ou "O grande substituto", diz algo mais sobre Bardella. Substituto de sua mentora Marine Le Pen, líder do Reunião Nacional (RN) e filha do veterano líder ultraconservador Jean-Marie Le Pen, caso um dia ela fracasse. Ou se ele — mais gentil, menos polarizador, sem aquele sobrenome que pesa sobre ela — acabar por substituí-la.

Substituto, também, porque endossa um dos preceitos da extrema direita contemporânea: o da "grande substituição", que sustenta que os imigrantes muçulmanos e africanos ameaçam substituir a população nativa europeia.

"Eu não uso esse termo, porque é um conceito muito intelectual", disse Bardella ao jornal El País há alguns anos. E esclareceu que ele, ao contrário de alguns dos propagadores dessa teoria, não acreditava que o que ela supostamente descreve fosse uma conspiração. Mas acrescentou: "indica uma realidade: onde cresci há franceses que já não reconhecem o país onde cresceram, incluindo franceses de origem imigrante."

Não há político de sucesso sem uma história mais ou menos embelezada que permita contar aos eleitores uma narrativa que sirva para transmitir certas ideias. A história de Jordan Bardella começa na periferia multicultural e trabalhadora de Paris, em Seine-Saint-Denis, a província mais pobre da França, a que tem mais imigrantes e a mais jovem.

Seus pais, de origem italiana, são divorciados. Ele morava com sua mãe em blocos de apartamentos onde o tráfico de drogas prospera e o islamismo impera. Eles tinham dificuldades para chegar ao fim do mês. Eis um político — da direita nacionalista, partidário da lei e da ordem e das leis mais restritivas sobre imigração — que pode dizer, e diz: "Eu sei do que estou falando".

Hoje, Bardella reside longe de Seine-Saint-Denis, no oeste abastado de Paris. E hoje se sabe — conforme relatado recentemente pelo Le Monde — que sua infância foi um vaivém entre duas classes sociais: a da mãe e a do pai, que vivia nessa parte mais rica da região parisiense, e que o levava em viagens a Miami ou, ao completar 18 anos, lhe presenteou com um carro.

Mas o mito fundador permanece. Agora talvez mais do que nunca. Após a vitória retumbante da lista que ele liderava nas eleições europeias e depois de o presidente Emmanuel Macron ter convocado eleições legislativas antecipadas em duas rodadas, nos dias 30 de junho e 7 de julho, Bardella é o escolhido para ocupar a chefia do governo caso o RN prevaleça na Assembleia Nacional.

Bardella, primeiro-ministro? Seria a culminação de uma carreira fulgurante. A do garoto que abandonou os estudos universitários para ascender no RN. O eurodeputado aos 23 anos, embora seu balanço legislativo seja modesto. O presidente do partido aos 27 e braço direito de Le Pen. E o rosto do processo pelo qual um partido, que há alguns anos estava à margem da democracia — o antecessor do RN, a Frente Nacional, foi fundado por colaboradores da Alemanha nazista — ocupa hoje a centralidade na França.

Bardella agrada, e não assusta. Uma casca vazia com pouca preparação técnica e pouco domínio dos temas nos debates? As eleições europeias mostraram que isso não era um problema. Uma imagem superficial? Pierre-Stéphane Fort, autor de "Le grand remplaçant", está convencido de que sim: "Meu sentimento profundo", escreve, "é que, por trás da máscara sedutora da juventude, da cortina de fumaça do marketing, as ideias não mudaram."

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