Mundo
PUBLICIDADE

Por O Globo com agências internacionais — Buenos Aires

RESUMO

Sem tempo? Ferramenta de IA resume para você

GERADO EM: 26/06/2024 - 04:08

Brasileiro julgado por ataque a Kirchner

Um brasileiro está sendo julgado na Argentina por tentativa de homicídio contra Cristina Kirchner. O ataque chocou a sociedade e políticos, revelando motivações e suspeitas de envolvimento de outras pessoas. O caso gerou debate sobre a violência política e a polarização na Argentina.

A justiça argentina inicia nesta quarta-feira o julgamento pela tentativa de homicídio de Cristina Kirchner em 2022, quando o brasileiro Fernando Sabag Montiel disparou o gatilho a centímetros do rosto da então vice-presidente em uma tentativa de assassinato fracassada que chocou a sociedade e rompeu um limite político. O julgamento centra-se nos três arguidos – o agressor, a sua ex-namorada e o seu empregador como vendedores ambulantes –, sem abordar alegados ideólogos ou possíveis apoios financeiros, pistas que Kirchner pediu para serem investigadas e que fazem parte de uma causa paralela.

“O julgamento chega com uma investigação incompleta porque ainda precisamos saber muitas coisas sobre as verdadeiras motivações e se houve outras pessoas envolvidas”, disse um dos advogados de Kirchner, Marcos Aldazábal.

O advogado considerou em todo o caso que será “muito importante conhecer os antecedentes de como as coisas aconteceram”, algo que espera que venha à luz durante as audiências que decorrerão todas as quartas-feiras em um processo que pode durar até um ano e isso contará com mais de 300 testemunhas, incluindo a própria Kirchner.

O acusado

O agressor era um vendedor de doces que na noite de 1º de setembro de 2022 atacou Kirchner em frente à sua casa em Buenos Aires, misturado entre centenas de apoiadores que vieram apoiá-la quando ela estava sendo julgada por suposta fraude durante sua presidência (2007-2015). O brasileiro puxou o gatilho duas vezes sem que as balas saíssem e acabou preso no local.

Sua então namorada, Brenda Uliarte, que o acompanhou até as proximidades do local do incidente, foi presa dias depois, assim como Nicolás Carrizo, seu empregador como vendedor de doces e identificado como possível “planejador”.

Sabag Montiel, também motorista ocasional de uma locadora de veículos e portador de tatuagens com símbolos nazistas, apresentava uma personalidade “narcisista” e um discurso “extravagante” com elementos de hostilidade a Kirchner, segundo especialistas. Por sua vez, Uliarte é acusada de ser “coautora” e de instigadora, enquanto Carrizo é acusado de cumplicidade.

Outras pessoas detidas como suspeitas foram libertadas à medida que avançava a investigação sobre a chamada "banda de los copitos", o grupo de vendedores ambulantes de algodão doce ao qual pertenciam os acusados.

Choque político

Após o ataque, Kirchner recebeu mensagens de solidariedade de todo o mundo, incluindo um apelo diligente do Papa Francisco. No entanto, também havia uma nuvem de suspeita sobre a veracidade do ataque, posteriormente esclarecida por especialistas que confirmaram que a arma era real e tinha balas na câmara.

No meio de condenações públicas, adversários políticos, como a atual ministra da segurança, Patricia Bullrich, antiga candidata presidencial pela força de direita Together for Change, optaram pelo silêncio. Seu ex-gerente de campanha e vice, Gerardo Milman, é uma das pessoas que Kirchner pede para investigar, depois de ter sido ouvido falando sobre o ataque antes de ele ocorrer. Um exame pericial de seu telefone ainda está pendente.

Essa e outras pistas sobre o alegado financiamento que dá origem a uma empresa pertencente à família do atual ministro da Economia, Luis Caputo, foram rejeitadas pelo tribunal e fazem parte de uma investigação paralela, apesar de Kirchner ter pedido a sua integração neste julgamento.

"Não há prática mais clara para buscar impunidade para casos complexos do que dividi-los em pequenos pedaços. O que resta nunca mais é investigado", disse Kirchner, em carta pública, quando o sistema judiciário encerrou a investigação e levou o caso a julgamento. “Toda a investigação se caracterizou por evitar conhecer a verdade”, alegou.

O ataque quebrou “um pacto democrático que é a base da democracia: o da não aceitação da violência contra o adversário”, disse à AFP Iván Schuliaquer, formado em Ciência Política pela Universidade de Buenos Aires.

No dia seguinte ao ataque, o governo declarou feriado extraordinário e milhares de pessoas saíram às ruas de todo o país para condenar o ocorrido, convencidas de que a extrema polarização que dominava a cena política havia ultrapassado os limites.

“Foi um antes e um depois, não porque a política tenha mudado, mas porque mostrou claramente que a polarização permite, num determinado sector, que não haja nenhum tipo de condenação quando o atacado é o outro”, disse Schuliaquer.

Mais recente Próxima Anistia Internacional faz alerta sobre 'retrocesso' da Argentina em questões de gênero e meio ambiente
Mais do Globo

Além da ausência do craque e do treinador, suspenso, seleção deve poupar outros titulares

Argentina confirma ausência de Messi contra o Peru pela Copa América

Declaração acontece dois dias depois de Lula afirmar que ainda não conversou com o argentino por acreditar que Milei deve desculpas após chamá-lo de 'corrupto'

Milei nega pedido de desculpas a Lula e critica 'ego inflado' do presidente brasileiro

Parceiro de Ademir da Guia, o ex-volante morreu por consequência de uma infecção abdominal

Morre Dudu, ídolo do Palmeiras e tio de Dorival Júnior, aos 84 anos

Defesa do parlamentar afirma que houve um erro por parte da Câmara dos Deputados ao descontar da folha de pagamento parte do salário do político

Justiça de SC decreta prisão do deputado bolsonarista Zé Trovão por dívida de pensão alimentícia

Dominique Boutonnat comandava órgão que tinha entre suas atribuições supervisionar medidas para conter a violência sexual na indústria do audiovisual; ministério da Cultura francês nomeou substituto

Chefe do Centro Nacional de Cinema da França é condenado a três anos por agressão sexual a afilhado

Os três ficarão detidos em uma prisão de segurança máxima enquanto avança a investigação pelo levante armado

Juiz determina prisão preventiva de seis meses para general Zúñiga e outros dois militares por golpe fracassado na Bolívia

Publicações refletem consenso entre analistas e meios de comunicação sobre a necessidade de reconsiderar a nomeação do presidente frente à ameaça representada por um possível retorno de Trump

De editoriais à capa da Time, imprensa internacional pressiona Biden a abandonar candidatura após debate desastroso

Jovem de 19 anos foi escolhido ontem no draft da NBA

Filho de LeBron James, Bronny utilizará a camisa 9 do Los Angeles Lakers

O veículo consta como roubado e estava com a placa clonada

Carro usado em execução em Paraty, na Costa Verde, é encontrado pela polícia

Astro pop quer arrecadar fundos para organização sem fins lucrativos, fundada por ele em 1992, para lutar contra o HIV

De Adidas a Gucci, Elton John coloca itens de seu closet à venda no eBay