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Por Federico Rivas-Molina, El País — Buenos Aires

“Me querem morta ou presa”, escreveu Cristina Kirchner numa longa carta publicada na segunda-feira nas suas redes sociais. A ex-presidente da Argentina criticou, assim, a decisão do Ministério Público de encerrar a investigação sobre a tentativa de assassinato contra ela sem ir além dos três autores materiais. O MP considerou que não existem elementos para atribuir o financiamento e organização do ataque a um grupo político da oposição, como sustenta Kirchner, e enviou os detidos a julgamento. "É um ato de consagração da impunidade", reclamou a vice-presidente.

Em 1º de setembro de 2022, Cristina chegava no seu apartamento em Buenos Aires quando um brasileiro chamado Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, se misturou à multidão e atirou duas vezes contra sua cabeça. A arma falhou e Sabag Montiel foi detido pelos manifestantes que acompanhavam a vice-presidente naquela tarde.

Mais tarde, a polícia prendeu sua namorada, Brenda Uliarte, 23 anos, e semanas depois Nicolás Carrizo, amigo do casal acusado de estar envolvido no ataque frustrado. A juíza María Eugenia Capuchetti os indiciou por tentativa de homicídio.

— Puxei o ferrolho para trás e, quando apertei o gatilho, não disparou. No meio de tanto tumulto e tanta gente, fiquei nervoso — contou Sabag Montiel meses depois, da prisão.

Kirchner nunca aceitou que o trio, que sobrevivia vendendo algodão doce na rua, fosse capaz de planejar um assassinato sem apoio.

Cristina Kirchner sofre tentativa de atentado na Argentina

Cristina Kirchner sofre tentativa de atentado na Argentina

Durante a investigação, os advogados da vice-presidente pediram que os promotores investigassem se eles receberam financiamento externo. Eles citaram um legislador da oposição, Gerardo Milman, que uma testemunha disse estar ciente do ataque antes que ele ocorresse. Milman está ligado à candidata presidencial Patrícia Bullrich, ministra da Segurança durante o governo do ex-presidente Mauricio Macri, e admiradora do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro.

O processo também pedia que se investigasse uma organização de extrema direita chamada Revolução Federal, famosa por lançar tochas contra a Casa Rosada e marchar contra Kirchner com uma imagem de sua cabeça decapitada por uma guilhotina.

O procurador Carlos Rívolo, responsável pela investigação, no entanto, disse que os três detidos “não receberam qualquer quantia em dinheiro durante os dois anos anteriores ao ataque que sugerisse que tivessem sido financiados para a prática de um ato como o investigado”.

— As provas recolhidas impedem considerar a existência de uma organização de qualquer natureza, partido político ou partidário, pessoa ou grupo de pessoas que tenham, de alguma forma, financiado, planejado, encoberto ou contribuído de qualquer forma com os acusados de atacar Kirchner — afirmou.

As conclusões não agradaram a vice-presidente.

“Já disse mil vezes: nem Capuchetti nem Rívolo quiseram investigar a tentativa de assassinato e agora pretendem encerrar a investigação com uma celeridade que nunca demonstraram em caso algum”, escreveu Kirchner. “Toda a investigação foi caracterizada por evitar encontrar a verdade. Está cheia de testemunhas que apagaram seus telefones, provas que foram destruídas sem investigarem suas causas e motivações, e uma tentativa óbvia e desesperada de evitar encontrar a possível participação de terceiros, financiadores e instigadores. Como já disse, para CFK [suas iniciais] há e não haverá Justiça, nem como acusada nem como vítima”.

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