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Por O Globo e agências internacionais — Rio de Janeiro

O Equador viveu um "filme de terror" nesta quarta-feira, quando uma rajada de tiros matou o candidato a presidente Fernando Villavicencio. Segundo Galo Valencia, tio do presidenciável, foram pelo menos 30 disparos de metralhadoras — três deles atingiram o sobrinho, que deixava um comício numa escola em Quito, a 11 dias do pleito nacional. Seis pessoas foram detidas por suspeita de participação no ataque.

Villavicencio apresentava-se aos eleitores como um combatente contra a corrupção e o narcotráfico sob o slogan "É hora dos corajosos". Ele estava sob proteção policial após ser ameaçado. No entanto, em discurso horas antes do atentado, o político afirmou ter se recusado a usar colete à prova de balas.

O caso de "Don Villa" se une a outros episódios de políticos que foram mortos, ficaram feridos ou escaparam de atos violentos de traficantes, milicianos ou dos chamados lobos solitários, que agem sozinhos. Também no Equador, em 23 de julho, o prefeito da localidade de Manta, na costa do país, também foi assassinado. Agustín Intriago, 38, foi baleado durante uma visita a algumas obras de esgoto num bairro da cidade, considerada estratégica para o narcotráfico enviar drogas para o exterior. Ele levou seis tiros, a maioria no peito.

Veja outros casos abaixo.

Luis Carlos Galán

Então favorito à Presidência da Colômbia, Luis Carlos Galán Sarmiento foi assassinado a tiros em agosto de 1989. Ele foi alvejado enquanto fazia um discurso de campanha em Soacha, perto da capital Bogotá. Na época, o país vivia o ápice da violência entre facções de tráfico de drogas. Cinco tiros atingiram Galán.

Considerado "inimigo número 1 dos cartéis", Galán defendia a extradição dos criminosos para os Estados Unidos. O ataque foi atribuído ao cartel de Medellín, chefiado por Pablo Escobar, a quem o candidato havia denunciado. O político já havia sobrevivido a outras tentativas de atentado.

Luis Donaldo Colosio

Luis Donaldo Colosio era favorito na eleição para presidente no México. Mas, em março de 1994, acabou sendo assassinado em Tijuana, na fronteira com os EUA. Ele chegou a ser levado para o hospital após ser atingido por tiros na cabeça e no abdômen, mas morreu durante uma cirurgia no cérebro.

Assim como Fernando Villavicencio, o candidato foi atingido no momento em que retornava para seu carro ao fim de um comício. A motivação do assassinato nunca foi esclarecida.

Marielle Franco

Por volta das 19h de 14 de março de 2018, a vereadora Marielle Franco chegava à Casa das Pretas, na Lapa, onde participaria de um debate. Duas horas depois ela deixou o local. O carro onde ela, o motorista Anderson Gomes e a assessora Fernanda Chaves estavam é seguido pelo veículo de assassinos. Por volta de 21h15, quando passava pelo bairro do Estácio, a vereadora foi atingida por quatro tiros na cabeça. Anderson também morreu no local. Fernanda foi atingida por estilhaços e sobreviveu. Após investigação a partir de um telefonema anônimo, a Polícia Civil prendeu o PM Ronnie Lessa, e o ex-policial militar Élcio Vieira de Queiroz, na operação Lume.

Cinco anos depois, a delação premiada de Queiroz revelou detalhes sobre o planejamento do crime. Queiroz admitiu, pela primeira vez, que participou do crime ao dirigir o carro de onde Ronnie Lessa, segundo ele, atirou. Os dois irão a júri popular. A motivação e os mandantes do atentado permanecem desconhecidos.

Jovenel Moïse

Então presidente do Haiti, Jovenel Moïse foi assassinado em julho de 2021. O líder haitiano foi morto a tiros por um comando de mercenários colombianos em sua residência em Porto Príncipe, sem a intervenção de seus guarda-costas. Rodolphe Jaar, um dos suspeitos de envolvimento na morte, declarou-se culpado em março de 2023 em um tribunal de Miami, nos Estados Unidos, segundo documentos da corte.

Jaar, de 50 anos, reconheceu ter fornecido "apoio material e recursos" sabendo que eles seriam usados para sequestrar e matar o líder haitiano. De acordo com a acusação, ele alojou os colombianos que assassinaram o presidente e lhes forneceu armas. O empresário foi o primeiro das 11 pessoas acusadas nos EUA de conspirar na morte de Moïse a se declarar culpado. O promotor americano Markenzy Lapointe afirmou que o assassinato do presidente foi motivado pela ambição por dinheiro e poder dos réus. A ideia era substituí-lo por Christian Sanon, que, em troca, assinaria contratos lucrativos de infraestrutura e fornecimento de tropas e equipamentos militares ao futuro governo.

Jair Bolsonaro

Em 6 de setembro de 2022, uma facada desferida por Adélio Bispo de Oliveira no então candidato à Presidência Jair Bolsonaro, durante evento eleitoral em Juiz de Fora (MG), marcou a campanha. O atentado motivou uma série de teorias, que incluíam desde ligações do criminoso com políticos adversários a conluios para que o crime fosse acobertado. Após analisar uma série de provas, a conclusão da Polícia Federal foi no sentido contrário: Adélio agiu sozinho. A investigação não encontrou qualquer elemento que indicasse a participação de mais pessoas.

Em 2019, Adélio foi considerado inimputável, ou seja, não poderia ser punido pelo crime, uma vez que uma perícia concluiu que ele tinha transtorno delirante persistente. Por ser considerado perigoso, ele foi afastado do convívio social e foi internado em um presídio federal em Campo Grande (MS) para receber tratamento.

Cristina Kirchner

Em 1º de setembro de 2022, a ex-presidente da Argentina Cristina chegava no seu apartamento em Buenos Aires quando um brasileiro chamado Fernando Sabag Montiel, de 35 anos, se misturou à multidão e atirou duas vezes contra sua cabeça. A arma falhou, e Sabag Montiel foi detido pelos manifestantes que acompanhavam a atual vice-presidente naquela tarde. Mais tarde, a polícia prendeu a namorada dele, Brenda Uliarte, 23 anos, e semanas depois Nicolás Carrizo, amigo do casal acusado de estar envolvido no ataque frustrado.

Em maio, a vice-presidente da Argentina Cristina Kirchner escreveu uma longa carta em que criticava a decisão do Ministério Público de encerrar a investigação sobre a tentativa de assassinato contra ela sem ir além dos três autores materiais. O MP considerou que não existem elementos para atribuir o financiamento e organização do ataque a um grupo político da oposição, como sustentava a vítima.

Equipe de Gustavo Petro

Uma comitiva de segurança do presidente da Colômbia, Gustavo Petro, foi alvo de uma emboscada com tiros de fuzis numa estrada ao norte do país, em agosto do ano passado. O ex-guerrilheiro, que foi o primeiro líder de esquerda ao chegar ao poder no país, não estava no grupo.

De acordo com o governo colombiano, a comitiva foi atacada ao fugir de uma falsa blitz perto da localidade de San Pablo, em El Tarra. Os seguranças se deslocavam até um evento próximo para integrarem a escolta de Petro. Foi o primeiro ato violento contra a equipe do candidato desde a posse.

Em todo o mundo, a violência também tirou as vidas dos presidentes americanos John F. Kennedy, em 1963, e Abraham Lincoln, em 1865.

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