A morte do chefe do grupo Wagner, Yevgeny Prigojin, num acidente de avião na Rússia nesta quarta-feira "não seria uma surpresa para ninguém", disse uma alta funcionária da Casa Branca, pouco antes de a agência governamental de aviação da Rússia informar que o mercenário estava entre os passageiros da aeronave. Mais nove pessoas morreram na queda do jato particular, que ocorreu na região russa de Tver.
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— Vimos os relatórios. Se for confirmado, não será uma surpresa para ninguém — disse Adrienne Watson, porta-voz do Conselho de Segurança Nacional do Executivo americano. — A desastrosa guerra na Ucrânia levou a um exército privado a marchar sobre Moscou, e agora, ao que parece, a isto.
O presidente americano Joe Biden, que está de férias em Lake Tahoe, foi questionado por repórteres se ele achava que o líder russo, Vladimir Putin, estava por trás do acidente, e respondeu que "não acontece muita coisa na Rússia sem que Putin esteja por trás", respondeu, acrescentando que não sabe muito para opinar ainda.
Em entrevista à rede de TV americana CNN, o ex-secretário de Defesa dos EUA Leon Panetta disse que não acredita em uma investigação independente russa sobre a queda do avião e que o incidente manda uma mensagem clara de que quem desafia o presidente russo "não estará por aqui por muito tempo".
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Por sua vez, o principal conselheiro do presidente ucraniano, Mykhailo Podolyak, disse no X, antigo Twitter, que é "óbvio que Putin não perdoa ninguém pelo seu próprio terror bestial", descartando a hipótese de um acidente. Ele acrescentou, ainda, que "também é óbvio que Prigojin assinou uma sentença de morte especial para si próprio no momento em que acreditou nas bizarras 'garantias' de [Alexander] Lukashenko [presidente bielorrusso] e na igualmente absurda 'palavra de honra' de Putin.
O governo do Reino Unido também afirmou que monitora a situação de perto, segundo informações da BBC.
O líder do grupo mercenário Wagner estava em um avião que caiu na região de Tver, perto da aldeia de Kujenkino, na Rússia, na tarde desta quarta-feira. De acordo com as informações das autoridades russas, outras nove pessoas também estavam a bordo da aeronave, um jato particular Embraer Legacy que voava de Moscou para São Petersburgo.
Em junho, Prigojin organizou um motim contra o Exército russo, que durou menos de 24 horas. Depois, acabou exilado na Bielorrússia. Desde então, ele não era visto no país.