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Por O Globo e agências internacionais

O Grupo Wagner, exército privado de mercenários, que luta a favor da Rússia na atual guerra com a Ucrânia, foi fundado em 2014. Inicialmente, era formado por ex-soldados de elite altamente qualificados cujo líder é o oligarca Yevgeny Prigojin, ligado ao Kremlin. Apesar disso, a relação entre o governo e o grupo andava abalada: em junho, o Wagner organizou um motim contra o Exército russo, que durou menos de 24 horas. Prigojin acabou sendo exilado na Bielorrússia e, desde então, não era mais visto no país. Nesta quarta-feira, um avião com dez pessoas caiu na região de Tver, perto da aldeia de Kuzhenkino, na Rússia, e o nome de Pregojin consta na lista de passageiros.

Fundação do Grupo Wagner, na Rússia

Segundo uma investigação da BBC, um ex-oficial do Exército russo veterano das guerras na Chechênia, Dmitri Utkin, de 51 anos, esteve envolvido na fundação do grupo, cujo nome seria originado de seu próprio nome de guerra no Exército. Ele seria tenente-coronel da GRU, a agência de inteligência militar da Rússia. Dmitri também também estaria a bordo da aeronave que caiu nesta quarta.

Vídeos mostram avanço de mercenários em ruas e estradas de Rostov, na Rússia

Vídeos mostram avanço de mercenários em ruas e estradas de Rostov, na Rússia

Uma das primeiras missões que realizou foi na Península da Crimeia, região ucraniana anexada unilateralmente pela Rússia em 2014, em meio a uma crise no país que derrubou o governo pró-Moscou de Viktor Yanukovich. Lá, mercenários com uniformes sem identificação ajudaram forças separatistas apoiadas pela Rússia a tomar a região. A empresa paramilitar chegou a ser alvo de sanções dos Estados Unidos, Reino Unido e União Europeia (UE).

Em seguida, mercenários do grupo participaram da revolta de separatistas pró-Rússia no leste da Ucrânia, deflagrada também em 2014. Segundo Tracey German, professora de Conflito e Segurança na Universidade King's College London, no Reino Unido, cerca de mil paramilitares do Wagner se juntaram às tropas separatistas em Donetsk e Luhansk.

Quem está no Grupo Wagner?

Mais tarde, chamou à atenção do mundo por causa de recrutamento de soldados e sua relação política com o governo russo. Uma das campanhas do Wagner para reunir mais homens comprometidos e motivadas com o propósito de amor ao país acima de qualquer ideal. Eles são retratados como homens que arriscam suas vidas por uma causa maior e que também tem como princípios a força na batalha.

Membros do grupo Wagner detêm um homem na cidade de Rostov-on-Don, em 24 de junho de 2023 — Foto: Stringer/ AFP
Membros do grupo Wagner detêm um homem na cidade de Rostov-on-Don, em 24 de junho de 2023 — Foto: Stringer/ AFP

As campanhas para conseguir soldados para o grupo são conteúdos de superprodução, veiculados na TV e também em redes sociais, com imagens que exaltam a empresa mercenária. A ideia de que os homens que lutam pelo país devem estar preparados para dar a vida pelo país em um ato de heroísmo é a principal base para o recrutamento. Segundo Ilya Bykov, professor de Ciências Políticas e especialista em relações públicas políticas, o Wagner procura incorporar pessoas atraídas pela combinação de heroísmo e ideais machistas.

Em 2022, o grupo fez uma grande campanha para recrutar novos soldados e inclusive, com a anuência do governo russo, abriram vagas para dezenas de milhares de presidiários, aos quais foi prometido perdão da pena em troca de um contrato de seis meses com a empresa privada de luta armada. Atualmente, mais de 400 mil pessoas seguem o grupo em uma das páginas de recrutamento de Wagner nas redes sociais russas. "Wagner não é trabalho, é um estilo de vida", detalha a descrição da página do grupo no VKontakte.

Estima-se que existam cerca de 20 mil mercenários no campo de batalha, o que representa 10% de todas as tropas russas na guerra conta a Ucrânia, onde teve papel crucial na tomada de Bakhmut, a batalha mais sangrenta do conflito até agora, que se arrastou por meses. O grupo é liderado por Yevgeny Prigojin, empresário ligado ao Kremlin, que tem nas redes sociais uma importante ferramenta de comunicação. Ele aproveitava a internet para postar conteúdos de batalha em seus perfis encorajando homens a se unirem ao Wagner. Além do conflito atual, o grupo supostamente participou de confrontos na Síria e na Líbia, além do Sudão e na República Centro-africana.

As relações entre o Wagner e o Kremlin, contudo, andavam abaladas desde junho, quando Prigojin liderou uma rebelião contra o governo russo, após vários alertas de que o Exército não estaria fornecendo armas suficientes para seus mercenários. Segundo o líder paramilitar, o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, havia ordenado o bombardeio contra posições do grupo na Ucrânia.

Durante a rebelião, os combatentes de Wagner ocuparam o quartel-general do Exército no Sul da Rússia por várias horas e avançaram centenas de quilômetros em direção a Moscou. O motim terminou apenas 24 horas depois, com um acordo para que Prigojin fosse para a Bielorrússia. Putin também propôs aos combatentes do Wagner a integração ao Exército regular, a partida para a Bielorrússia ou o regresso à vida civil.

Sem ser visto no país desde então, Prigojin publicou na segunda-feira o primeiro vídeo desde o motim fracassado. O líder dos mercenários sugere, nas imagens publicadas no Telegram por canais de apoiadores, que estaria no continente africano. Em julho, ele chegou a aparecer em um outro vídeo, em que cumprimentava seus soldados na Bielorrússia onde muitos se exilaram desde a tentativa de rebelião.

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