Amigos de
Aldir Blanc
farão na noite desta segunda (4) uma homenagem ao compositor, que
morreu nessa madrugada, aos 73 anos
, vítima do
coronavírus
. Liderados pela cantora
Mariana Baltar
, que lançou recentemente o
disco "Os arcos - paixão e morte"
, dedicado ao letrista, músicos e admiradores da obra do autor cantarão "
O bêbado e a equilibrista
", um dos maiores clássicos de Aldir, em parceria com
João Bosco
, às 20h, das janelas de suas casas.
— Vamos cantar de panelas vazias, pois estamos chorando não só pela perda de um mestre, mas também por tudo que está acontecendo no Brasil, por tudo que ele cantou e lutou — diz Mariana. — Além da pessoa querida e do artista que é, Aldir é um grande representante das nossas lutas pela democracia, igualdade social, contra a fome e a miséria, contra a barbárie, pelos direitos humanos. Apesar de não ter saído muito do bairro da Muda e do Grajaú, sem sair de seu quintal, ele soube traduzir como poucos as mazelas do Brasil.
Um dos maiores cronistas das mazelas e alegrias do país, Aldir Blanc deixa 500 canções, entre elas 'O bêbado e a equilibrista' e 'Resposta ao tempo'
Antes da emocionante homenagem das janelas, às 19h, começa uma roda de samba no
perfil @rodadobip no Instagram
. Mariana Baltar e o violonista Pratinha começam os trabalhos, seguidos pela cantora Marina Íris.
— Faremos um gurufim — conta Mariana, referindo-se a um velório repleto de música.
O compositor e escritor Aldir Blanc fotografado em 2016, ano em que completou 70 anos. Autor de clássicos da música popular brasileira e escritor morreu nesta segunda-feira, aos 73 anos, vítima do novo coronavírus Foto: Leo Martins / Agência O Globo
Blanc ao lado do jornalista Ruy Castro (centro) e do compositor Carlinhos Lyra, em 2010 Foto: Leo Aversa / Agência O Globo
O compositor Aldir Blanc em 2006, ao completar 60 anos Foto: Berg Silva / Agência O Globo
Aldir Blanc e João Bosco se paresentam durante o 24º Prêmio Shell de Música, no Teatro Carlos Gomes, no centro do Rio, em 2004 Foto: Marco Antônio Teixeira / Agência O Globo
Encontro de gerações: Aldir Blanc com o pai, Alceu, e a filha Mariana Blanc, em 2004 Foto: Fábio Rossi /
Aldir Blanc em sua biblioteca, em 2004. Amor pela palavra foi herdado do avô, que lhe presenteava com gibis e livros de bolso Foto: Divulgação
A sambista Beth Carvalho canta em homenagem a Aldir Blanc no aniversário dele em 2003, no Centro Cultural Carioca Foto: Gustavo Stephan /
Os compositores Paulo César
Pinheiro, segurando seu
Grammy, e Aldir Blanc, em 2002, durante encontro no Rio Foto: Vera Donato /
Farra entre amigos em 2000: Moacyr Luz, Walter Alfaiate, Aldir Blanc e Jaime Vignolli, tocam na casa do Moacyr durante o aniversário de Walter Alfaiate, na Tijuca Foto: Guto Costa /
Aldir Blanc e Paulinho da Viola seguram uma camisa do Vasco, time pelo qual torcia. A escola de samba Acadêmicos do Salgueiro era outra paixão do músico Foto: Henrique Sodre /
Os composoitores João Bosco e Aldir Blanc, em 1982: parceiros em clássicos da MPB como "'O bêbado e a equilibrista" Foto: Luiz A. Barros /
O compositor Aldir Blanc em 1976. A música foi seu meio de resistência ao regime militar da época Foto:
Blanc em 1968, nos tempos da
faculdade de medicina, quando a música era apenas um sonho Foto: Arquivo
Mais cedo, moradores da Zona Sul do Rio já prestaram uma homenagem com aplausos. Assista abaixo.
Aldir Blanc morreu nesta segunda-feira, 4 de maio, aos 73 anos. Com infecção generalizada em decorrência do novo coronavírus, Aldir estava internado no CTI do Hospital Universitário Pedro Ernesto, em Vila Isabel, desde o dia 20 de abril. Moradores de um bairro da zona sul do Rio homenagearam Aldir. Uma salva de palmas feita pela janela foi registrada e publicada nas redes sociais.