Malu Gaspar
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A popularidade digital de Eduardo Leite (PSDB) aumentou de forma expressiva durante a crise das chuvas no Rio Grande do Sul, a ponto de ele ter sido o governador mais citado do Brasil nas redes sociais em maio, mês dominado pela tragédia. Nesse caso, porém, o recorde não é exatamente uma boa notícia, uma vez que a grande maioria das menções ao gaúcho é negativa.

Os números são do Índice de Popularidade Digital (IPD) elaborado pela consultoria Quaest, e foi concluído no último dia 22. Um levantamento exclusivo feito a pedido da equipe do blog indica ainda que, em maio, Leite ultrapassou figuras populares nas redes como o também governador Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo.

Sozinho, o tucano concentrou 48% de todas as menções a governadores, muito à frente dos 20% de Tarcísio. Os demais dirigentes ficaram com percentuais abaixo dos dois dígitos.

O IPD varia entre 0 a 100 na metodologia da Quaest, que leva em conta critérios como a presença, engajamento, interesse e a diferença entre reações positivas e negativas de pessoas ou empresas no Instagram, X (ex-Twitter), TikTok, Google, Facebook, YouTube e Wikipédia.

Embora atrás de Leite nas citações nas redes, Tarcísio, ex-ministro de Jair Bolsonaro, lidera o ranking de gestores estaduais no IPD (70,2) com uma ligeira vantagem sobre o governador do RS (69,8). Mas o desempenho do gaúcho é o melhor desde o início do ano e representa um crescimento de 58,6% neste mês em relação ao índice de abril.

A análise qualitativa dos dados pela Quaest, porém, demonstra que o sentimento em relação a Leite nas redes sociais foi majoritariamente negativo no mesmo período em que sua popularidade digital se expandiu. A visibilidade nacional ampliou o escrutínio sobre a condução da crise pelo político.

O levantamento revela que as principais críticas ao governador gaúcho se referem à alteração do Código Ambiental do Rio Grande do Sul durante seus dois mandatos, e à escolha de uma entidade privada para administrar as doações via Pix ao governo estadual, além de acusações de autopromoção durante a tragédia.

Já o pico de buscas pelo nome de Eduardo Leite no Google se deu no dia 15 de maio, enquanto repercutia a fala em que o governador manifestou preocupação quanto ao impacto das doações de outros estados sobre o comércio local durante uma entrevista à Band.

A reação foi tão negativa que Leite veio a público se desculpar pela afirmação nas redes sociais.

O levantamento também identificou mensagens de apoio e elogios ao tucano, mas restritos aos seus perfis.

“Esse sentimento positivo, no entanto, fica limitado às redes do governador, enquanto no restante do ambiente digital as críticas são predominantes”, ressalta a Quaest.

A consultoria observa que o governador ganhou 590 mil seguidores em seus perfis no Instagram e no TikTok após o começo das chuvas, movimento impulsionado por vídeos “carregados de pessoalidade e urgência” que o aproximou da figura de um porta-voz da crise. Só no TikTok as interações do gaúcho cresceram 13.000% em relação ao mês passado.

“Além da temática abordada ser de interesse nacional, informar sobre os acontecimentos em suas redes pessoais ajudou a angariar uma parte da atenção nacional para si”, observa a Quaest.

Capa do audio - Malu Gaspar - Conversa de Bastidor
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