Por Memória Globo

Jorge Baumann/Globo

Adaptada para a televisão pelo próprio autor, a história de Zé do Burro sofreu inúmeros cortes. Por isso, embora concebida em 12 capítulos, ficou com apenas oito. O maior problema foi a abordagem política. As referências à luta contra os grandes proprietários de terra tiveram que ser suprimidas. A minissérie foi levada ao ar durante a Constituinte, instaurada em 1986, e uma das questões mais delicadas em discussão no Congresso era a reforma agrária. Outro tema polêmico era o conflito entre os padres progressistas e os padres conservadores, representados respectivamente por padre Mário (Felipe Pinheiro) e padre Olavo (Walmor Chagas).

Walmor Chagas em O Pagador de Promessas, 1987 — Foto: Jorge Baumann/Globo

O ator José Mayer considera a minissérie um dos seus melhores trabalhos na TV. Ele conta que estava passando pelos corredores da emissora, quando ouviu alguém conversando com Dias Gomes pelo telefone. José Mayer sabia que o projeto de O Pagador de Promessas estava em andamento e tinha enorme vontade de estrelar a minissérie. Num ímpeto, decidiu interromper o telefonema e pediu para falar com Dias Gomes. Apresentou-se ao dramaturgo e pediu o papel. Dias Gomes titubeou, mas depois da insistência do ator, pediu ao diretor Paulo José que fizesse um teste com ele.

José Mayer e Diogo Vilela em O Pagador de Promessas, 1987 — Foto: Jorge Baumann/Globo

REPERCUSSÃO INTERNACIONAL

Com essa minissérie a diretora de cinema Tizuka Yamasaki estreava na televisão.

A trama foi reapresentada entre maio e junho de 1991, no Vale a Pena Ver de Novo, e em 1999, em homenagem a Dias Gomes, que falecera naquele ano. Em 2010, a minissérie foi lançada em DVD.

O Pagador de Promessas foi vendido para diversos países, entre eles Angola, Austrália, Cuba, Eslovênia, Finlândia, Hungria, Nicarágua e Portugal.

PRÊMIOS

A minissérie O Pagador de Promessas foi premiada no Festival de TV de Cannes de 1988 com o Fipa de Prata.

O Pagador de Promessas causou furor ao ser montada no palco do Teatro Brasileiro de Comédia, em São Paulo, pelo diretor Flávio Rangel, em 1960. Em 1962, foi adaptada para o cinema por Anselmo Duarte e ganhou a Palma de Ouro no Festival de Cannes daquele ano.

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