Ir para o conteúdo


Publicidade

A Rússia da guerra não é a da cultura

Patrícia Kogut

Cena de 'State funeral' (Foto: Divulgação)Cena de 'State funeral' (Foto: Divulgação)

 

O Discovery suspendeu todas as operações na Rússia por causa da guerra na Ucrânia. Os 15 canais que eram distribuídos pela Media Alliance – uma joint venture com o National Media Group da Rússia – saíram do ar nesta quarta (9). Foi notícia no “Variety.com”, que informa ainda ser “crescente o número de empresas de mídia que estão saindo de lá”. A retirada tem a ver também com uma nova lei que criminaliza a publicação de informações ditas “falsas” sobre os militares russos. De acordo com essa regra, os jornalistas que chamarem a guerra de “guerra” podem ser processados e presos.

O conflito terrível que está vitimando milhares de civis e motivando multidões a deixarem suas cidades justifica muito bem a saída dessas empresas.

Isso não deve, entretanto, ser confundido com a produção cultural russa. A cultura é um corredor de luz nas trevas. Conhecer a literatura maravilhosa daquele país, seu cinema, sua música e seu balé não é compactuar com os atos de Putin. Ao contrário. É se ilustrar para tentar compreender a realidade.

Então aproveito para indicar os filmes de Sergei Loznitsa no Mubi (leia a crítica). Ucraniano, ele se dedicou a pesquisar a História da União Soviética. Para isso, vasculhou muitos arquivos que passaram anos trancados. Uma obra-prima é “State funeral”. O documentário de mais de duas horas e meia retrata os eventos que se seguiram à morte de Josef Stalin, em 1953. O filme não explica o que está acontecendo hoje, porque é tudo muito inexplicável. Mas vale conferir.

 

SIGA A COLUNA NAS REDES

No Twitter: @PatriciaKogut

No Instagram: @colunapatriciakogut

No Facebook: PatriciaKogutOGlobo

Tags

Mais em Kogut

Publicidade