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O selvagem mundo do trabalho em 'Industry', nova série da HBO

Patrícia Kogut

Cena de 'Industry', da HBO (Foto: Divulgação)Cena de 'Industry', da HBO (Foto: Divulgação)

 

Série muito popular, “Billions” se passa no mundo do mercado financeiro. Seu protagonista é agressivo. Para ele, nenhuma fortuna basta. Bobby Axelrod (Damian Lewis, o Brody de “Homeland”) não tem pudor quando sente que pode ganhar mais. O ambiente de trabalho dele está em sintonia com esse espírito. É ultracompetitivo e cheio de relações pautadas pelo dinheiro. Com tudo isso e apesar da alta concentração de palavras nascidas na Bolsa, a trama fala com qualquer leigo. Porque, apesar das aparências, é, sobretudo, um drama como outro qualquer. Assim também é “Industry”, lançada agora pela HBO (está no Now também). Quem assistir vai se lembrar de “Billions”, daí essa introdução comprida.

A ação se desenrola no Pierpoint & Co., um grande banco de investimentos em Londres. Um grupo de recém-formados chega para trabalhar. Eles atravessarão um período de testes e apenas os melhores ocuparão algumas poucas vagas. Estabelecem-se logo as piores relações. Há a competição feroz, o bullying, a deslealdade, os tapetes puxados etc. A contrapartida é, claro, muito sofrimento. Sobreviver a tudo isso e conseguir o emprego pode significar, portanto, também fazer jogo sujo.

 

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“Industry” foca em vários dos garotos. Essas subtramas compõem o enredo central. Myha’la Herrold é Harper Stern, uma das protagonistas. Negra e com um passado acadêmico obscuro, ela tem que se esforçar muito para garantir um lugar nesse universo de meninos que estudaram nas melhores universidades e foram preparados desde pequenos para vencerem nessa selva. Ela não é a única que tenta ultrapassar obstáculos. Robert (Harry Lawtey) faz o possível para esconder sua origem proletária. Mas seu figurino entrega, e os mauricinhos debocham do único terno que ele tem. Hari (Nabhaan Rizwan) se joga de tal forma ao estágio que se alterna entre dormir no trabalho e tomar remédio para passar as noites acordado trabalhando. Essas práticas acabam por ter consequências nefastas para sua saúde. O elenco é de talentos. A ação se precipita com aquela eletricidade típica do mundo do mercado. Mas os conflitos são os clássicos. Há mocinhos e vilões. Como estão todos vivendo sob pressão, as inseguranças ficam realçadas. A dimensão humana dos personagens, todos bem reais, é um valor da série.

O espectador se conecta facilmente aos que sofrem mais e embarca de cara nos seus problemas. De quebra, há uma dose de sexo e romance. Merece toda a sua atenção.

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