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Netflix lança segunda temporada de 'Fauda', grande série israelense

Patrícia Kogut

Cena de 'Fauda' (Foto: Netflix)Cena de 'Fauda' (Foto: Netflix)

 

Basta ter alguma vaga familiaridade com o hebraico e o árabe para notar que os personagens de “Fauda” transitam entre as duas línguas o tempo inteiro. Esse bilinguismo desembaraçado diz tudo sobre a série israelense cuja segunda temporada finalmente chegou à Netflix. Acompanhamos as aventuras de uma unidade secreta do exército de Israel, o Mistaaravim. Seus integrantes trabalham para combater as ações do Hamas na Faixa de Gaza. O trânsito fácil entre os dois idiomas tem uma equivalência com a situação permeável das fronteiras da região. Isso vale ainda para a geopolítica e para as relações. Trata-se de uma aventura de espionagem e ação. Mas a trama também abre um lugar para o romance entre um agente e uma médica palestina, ampliando mais ainda a sensação de que diferenças e identificações estão presentes em doses iguais no conflito eterno que castiga o Oriente Médio.

De novo, o protagonista é Doron (Lior Raz), que, mais uma vez, está afastado de suas atividades de agente. Ele volta à ativa depois de sofrer um atentado. Os episódios inéditos repetem o formato do passado: são capítulos de pouco mais de 40 minutos, cheios de pulsação. A eletricidade emana do roteiro e da direção. Há muitos cortes bruscos — propositais, para acentuar o suspense e agravar a confusão se necessário. Não é Hollywood, e sim uma produção mais modesta, apoiada nos seus talentos. Israel é um celeiro de bons roteiros. Foi ali que nasceu “Homeland”, por exemplo, adaptada de “Prisioneiros de guerra” (aqui exibida no Mais Globosat). O fato de “Fauda” ser filmada em Kafr Qasim, cidade na Linha Verde, que separa Israel, Egito, Jordânia, Líbano e Síria, colabora e muito para legitimar seu resultado. Nada ali soa falso ou cenográfico, da poeira do deserto ao physique du rôle de seu ótimo elenco.

Quando a série começou, o Hamas emitiu uma nota acusando-a de propaganda sionista. Porém, disponibilizou em seu site oficial um link para a produção. Agora, o BDS (Boicote, Desinvestimento e Sanções, a campanha anti-Israel) defendeu que a Netflix não incluísse “Fauda” em seu catálogo. Isso não aconteceu e ela merece toda a sua atenção.

 

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