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‘Prisioneiros de guerra’: não perca a segunda temporada

Patrícia Kogut

Cena de Prisioneiros de guerra (Foto: Reprodução)Cena de Prisioneiros de guerra (Foto: Reprodução)

“Prisioneiros de guerra” é uma série israelense de que falei aqui semana passada. Ela foi negociada com a TV americana e deu origem a “Homeland”. “Hatufim” (título original) tem uma temperatura diferente da série dos EUA (atenção, tem spoiler). Volto ao tema agora porque cheguei ao fim da segunda temporada. E para recomendar o programa vivamente ao leitor (todos os episódios estão no Now).

A ação se desenrola no Oriente Médio, em cenários áridos, sem luxos, e longe da imponência dos escritórios da CIA. As relações entre os personagens se dão em termos mais ásperos do que no programa do Showtime. Os traços culturais israelenses e árabes contribuem muito para fazer de “Hatufim” uma narrativa cheia de calor. É tudo tão passional e verdadeiro que as eventuais técnicas de roteiro frias passam despercebidas.

Na primeira temporada, acompanhamos a volta a Tel Aviv de Nimrod Klein (Yoram Toledano) e Uri Zach (Ishai Golan), e dos restos mortais de Amiel Ben-Horin (Assi Cohen). Eles foram capturados durante a Guerra do Líbano, quando jovens soldados. Passaram 17 anos numa zona dominada pelo Hezbollah, sofrendo todo tipo de tortura. Agora, são recebidos como heróis nacionais. Só que a dureza da readaptação se impõe. Vemos o esforço para se recolocarem no mundo do trabalho e das relações sociais. Isso depois de perderem a juventude, a chance de estudar e de construir uma carreira. É como se tivessem terminado o serviço militar com 40 anos e cheios de cicatrizes.

A trama é muito diferente da de “Homeland”. Os dois não são traidores da pátria, como Brody (Damian Lewis). E Amiel não morreu, como o espectador acredita até um certo ponto (eu avisei que tinha spoiler). A segunda temporada mira no que acontece com ele, vivendo na Síria, aparentemente como militante da organização terrorista que o capturou. Há muito suspense e drama. A série tem problemas, como um número de flashbacks que desafia a paciência do freguês. Mas, no geral, é uma daquelas produções imperdíveis.

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