Alexandre Nero, o Pedro de 'Onde nascem os fortes' (Foto: Reprodução)
Se, na estreia, “Onde nascem os fortes” apresentou o ambiente do Sertão, onde a trama se desenrolará, e alguns de seus personagens, no segundo capítulo, foi bem mais longe. A voltagem da ação cresceu até chegar às alturas na última cena, com o encontro de Maria (Alice Wegmann) e Hermano (Gabriel Leone) com Pedro (Alexandre Nero). A moça está à procura do irmão gêmeo. Nonato (Marco Pigossi) sumiu sem explicação e o público sabe que Pedro foi responsável por uma surra terrível que ele levou.
Vários degraus separam os dois episódios. A violência e a arrogância das figuras que detêm o poder no Sertão se apresentaram de repente no segundo dia. Elas estavam, claro, na cena em que o corpo de um homem (Nonato?) surgiu dependurado de cabeça para baixo. E nos carrões, no som alto e na presença dos capangas de Pedro. Foi certamente um susto para aquele espectador que esperava um tratamento edulcorado para a região, que, afinal, também é um lugar de se fazer apenas turismo. Escrita por George Moura e Sergio Goldenberg, “Onde nascem os fortes” armou bem as teias onde seus conflitos começaram a acontecer.
O ótimo roteiro se beneficia muito do grande trabalho de José Luiz Villamarim. Ele narra a história com clareza e emoção. Faz isso, muitas vezes, em cenas silenciosas ou em que os personagens aparecem ao longe, ou num canto. Esse redimensionamento dos elementos na tela, entretanto, não desmerece o elenco. Muito pelo contrário. A escolha cuidadosa dos atores e sua condução em cena — de todos eles, dos protagonistas aos coadjuvantes — são os valores principais aqui. A direção de Villamarim contempla tudo. A série já é bem mais que uma promessa: está imperdível.
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