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Tem spoiler: Altos e baixos da última temporada de 'Bloodline'

Patrícia Kogut

 Kyle Chandler em cena de 'Bloodline' (Foto: Netflix) Kyle Chandler em cena de 'Bloodline' (Foto: Netflix)

 

Leu o aviso no título acima? É que vou começar pelo final. A terceira e última temporada de “Bloodline” vai bem — bem demais — até o oitavo episódio. Os dois programas finais, entretanto, botam tudo a perder. A série da Netflix tinha tudo para uma despedida que seria lembrada de forma laudatória por seus fãs. Mas não foi assim que aconteceu.

Recapitulando resumidamente, acompanhamos aqui a saga de uma família dona de um resort numa região idílica da Flórida, os Rayburn. Robert (Sam Shepard) e Sally (Sissy Spacek) recebem a visita dos filhos para uma festa: o policial John (Kyle Chandler), a advogada Meg (Linda Cardellini) e Kevin (Norbert Leo Butz), um bobão, que vive de bicos. E, principalmente, Danny (Ben Mendelsohn), a ovelha negra. Logo ficamos sabendo que, por trás da aparente harmonia, há terríveis segredos do passado, ódios represados, acertos de contas a serem feitos. Até que as diferenças entre John e Danny, de proporções bíblicas, descambam para o fratricídio.

Para encobrir o que houve, os demais irmãos se envolvem numa teia criminosa sem fim. Mesmo morto, Danny segue na trama, assombrando seus familiares. O elenco é de primeira linha e a carpintaria dos personagens, primorosa. Todos são figuras multifacetadas, trágicas, de uma dimensão real que impressiona. O enredo vai bem na terceira temporada. O desfecho se aproxima e o suspense se intensifica. Porém, justo neste momento, no nono episódio, o roteiro faz uma guinada radical e abandona o realismo: passamos a acompanhar os delírios de John, que sofreu um acidente e está sob efeito de remédios. Que decepção.

“Bloodline” é excelente, uma pena terminar assim.

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