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Por Globoesporte.com — Rio de Janeiro

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Ter um abdome sarado pode parecer apenas uma questão de vaidade e estética, mas não é bem assim. Mais do que beleza, o excesso de gordura abdominal, os temidos pneuzinhos, são indicativos de diversos riscos para o desenvolvimento de doenças tanto em homens quanto em mulheres, podendo dobrar o risco de morte prematura. Porém, devido a diferença na produção de hormônios, as mulheres são um grupo de maior risco, como explica a endocrinologista Michele Fonseca.

- O homem tem a produção de cortisol aumentada em relação às mulheres e, por isso, engordam na barriga. Na mulher a produção de estrogênio é maior e, por isso, elas precisam se preocupar mais. Porque a gordura se distribui pelo corpo. Seios, coxas, bumbum engordam antes da barriga e por isso e mais difícil atentar para o alerta. Quando a barriga aumenta os níveis de gordura já estão em excesso.

Homens e mulheres devem se prevenir contra os pneus para manter a saúde — Foto: Istock getty images

Além disso, gestantes e mulheres acima dos 40 anos têm mais tendência de desenvolver gordura abdominal. Isso porque as taxas de progesterona diminuem enquanto as de estrogênio crescem. De acordo com as descobertas de um estudo realizado com 350 mil homens e mulheres europeus e publicado no “New England Journal of Medicine”, ter uma cintura aumentada pode quase dobrar o risco de morte prematura mesmo que o peso corporal esteja normal. O tamanho maior da cintura é capaz de desenvolver várias doenças cardiovasculares, pressão alta, derrame, resistência insulínica, diabetes, apnéia do sono e doenças degenerativas, como Parkinson e Alzheimer, por exemplo. Existem dois tipos de gorduras localizado na região abdominal, a subcutânea e a visceral.

  • GORDURA SUBCUTÂNEA: localizada logo abaixo da camada mais externa da pele. Esta é a que você pode beliscar com os dedos. A gordura subcutânea cobre os músculos abdominais e se você tem muita, não será capaz de ver os seus músculos abdominais. Em comparação, a gordura visceral está localizada entre os órgãos dentro do corpo. Você não pode agarrá-la, embora ela vá fazer o estômago ficar protuso se você tiver muito. Há evidências de que os homens tendem a ter mais gordura visceral do que as mulheres, as quais tendem a ter mais gordura subcutânea. Uma vez que as mulheres atingem a menopausa, elas começam a desenvolver mais gordura visceral.
  • GORDURA VISCERAL: fica por trás da parede abdominal e os órgãos que rodeia, no interior da cavidade peritoneal. A gordura visceral afeta negativamente a saúde, aumentando a inflamação nos órgãos. Em parte, porque ele libera substâncias chamadas adipocinas, proteínas de sinalização celular que aumentam a pressão arterial e influenciam a insulina. A gordura visceral, também diminui a quantidade de adiponectina no corpo, um hormônio essencial para a queima de gordura que ajuda a acelerar o metabolismo, o que significa que existem mais triglicerídeos ao entrar na corrente sanguínea. A combinação da diminuição da sensibilidade à insulina, hipertensão e triglicérides elevadas pode resultar em aterosclerose, colesterol elevado LDL (o tipo mau) e é um fator importante para o desenvolvimento de diabetes.

Para o diagnóstico de excesso de gordura abdominal e para saber se você se encontra no grupo de risco ou alto risco a desenvolver essas doenças bastam algumas medidas simples como procurar o seu médico regularmente. Ou você mesmo pode, através de uma fita métrica, mensurar o seu abdome na região da cintura e pelos centímetros apresentados saber como anda a sua saúde. Após o diagnóstico, é preciso manter uma dieta balanceada e exercícios físicos. Em alguns casos mais graves, é necessário ainda uma terapia de reposição hormonal, segundo a doutora Michele. Confira as medidas consideradas de risco.

Homens

Risco: circunferência abdominal maior que 90 cm
Alto Risco: circunferência abdominal maior que 102 cm

Mulheres

Risco: circunferência abdominal maior que 88 cm
Alto Risco: circunferência abdominal maior que 90 cm

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