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Por Gabriela Bittencourt, para o EU Atleta — Aberystwyth, País de Gales


Doenças cardiovasculares estão entre as principais causas de mortes no Brasil e no mundo, mas podem ser evitadas com hábitos saudáveis e acompanhamento médico — Foto: Pexels

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças cardiovasculares são a principal causa de óbitos no mundo. No Brasil, de acordo com o Ministério da Saúde, dentre as 20 principais causas de mortes, quatro são por problemas do coração. São eles: infarto agudo do miocárdio, doenças hipertensivas, insuficiência cardíaca e miocardiopatias. Conforme o Sistema de Informações de Mortalidade (SIM), criado pelo Datasus para levantamento de dados sobre mortes no País, somente em 2017 foram 302 mil óbitos por problemas cardiovasculares, que correspondem a uma média de 34 mortes por hora. A ocorrência dessas doenças e eventos tem um forte fator genético. Porém, sua prevenção também requer a adoção de hábitos de vida mais saudáveis, como veremos abaixo. Para conscientizar sobre os problemas cardiovasculares, 29 de setembro é o Dia Mundial do Coração.

Este ano, a ação pretende criar uma comunidade global de "heróis do coração". A ideia é reunir as pessoas que estejam empenhadas em viver mais e melhor e promover uma conscientização para a saúde cardiovascular. Não é o caso de envolver apenas profissionais de saúde que atuem junto aos seus pacientes, como também de indivíduos que procurem estimular os hábitos alimentares e de vida mais saudáveis em seu ambiente familiar, por exemplo.

Aproveitando a ocasião, conversamos com o diretor Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul (Socergs), Marcelo Rava, sobre as principais questões que as pessoas fazem quando se trata da saúde do coração. Rava faz um alerta importante: em geral, os indivíduos procuram o médico cardiologista quando precisam de liberação para a prática de atividade física a partir dos 35 anos, após sentirem um desconforto ou quando algum familiar próximo apresenta um problema cardiovascular. Passado algum tempo, esse acompanhamento torna-se esporádico, enquanto que, especialmente no caso de quem tem probabilidade genética para doenças do coração, é preciso uma avaliação periódica do cardiologista.

– É importante ter um acompanhamento médico regular e respeitar os limites e avisos do corpo. No caso de palpitações e desconforto no peito que não passam, por exemplo, a pessoa precisa de uma avaliação frequente. Mas nada excluirá a prática de atividades físicas. Seja para pessoas saudáveis ou doentes, os exercícios só trazem benefícios – afirma, alertando apenas que quem tem problemas cardiovasculares deve manter-se ativo fisicamente, porém seguindo à risca as orientações do cardiologista que faz o acompanhamento.

Confira abaixo as informações sobre as principais dúvidas em relação ao coração, baseadas nas respostas e explicações de Marcelo Rava, diretor da Sociedade de Cardiologia do Estado do Rio Grande do Sul.

Predisposição genética para doenças cardiovasculares é fator importante entre homens até 55 anos e mulheres até 65 anos — Foto: Pexels

A predisposição genética é uma das principais causas de doenças cardiovasculares?

Esse é o principal fator responsável pela ocorrência desses problemas entre homens até 55 anos e mulheres até 65 anos. A partir de então, outras causas relacionadas ao avanço da idade podem influenciar na saúde do coração e provocar a ocorrência de eventos como infarto ou acidente vascular cerebral (AVC).

A probabilidade genética será maior quando as doenças cardiovasculares ocorrem em parentes de primeiro grau, como pai, mãe e irmãos. É preciso entender o sistema cardiovascular com um todo. Se a pessoa tem risco aumentado para infarto ou AVC, terá probabilidade para outras patologias, incluindo oclusão das artérias da perna, para dar um exemplo.

Portanto, quem tem predisposição genética para problemas cardiovasculares deve reforçar o acompanhamento médico e adotar um estilo de vida saudável como forma preventiva. Deve-se evitar hábitos como alimentação rica em açúcar, gordura e sal, além de sedentarismo e tabagismo. Afinal, a parte comportamental também influenciará sobre o fator genético, aumentando as chance de eventos cardíacos e patologias do sistema cardiovascular.

  • Genética é o principal fator para a ocorrência de problemas cardiovasculares entre homens até 55 anos e mulheres até 65 anos;
  • A probabilidade genética será maior quando as doenças cardiovasculares ocorrem em parentes de primeiro grau, como pai, mãe e irmãos;
  • Quem tem predisposição genética deve reforçar o acompanhamento médico e adotar um estilo de vida saudável como forma preventiva.

Qual é a importância da prática regular de atividades físicas para a saúde do coração?

Diversos estudos, hoje, apontam os exercícios físicos como importantes para aumentar a sobrevida e a qualidade de vida. Tanto pessoas que estejam sãs ou aquelas que têm uma doença preestabelecida podem viver melhor e ganhar anos de vida com as atividades físicas. Quem tem doenças como diabetes ou hipertensão ou mesmo quem já sofreu um infarto tem nessa prática uma aliada no controle desses problemas, contribuindo até para reduzir os medicamentos, em alguns casos.

Para tanto, a prática regular de atividades físicas moderadas por 150 minutos semanais, conforme recomenda a OMS é essencial. A pessoa pode dividir esse tempo como preferir, como 30 minutos cinco vezes por semana. Esse tempo de 150 minutos é o mínimo necessário. Lembrando que, se o indivíduo tem mais disponibilidade ou, no caso de quem sofre com algum problema cardiovascular ou apresenta predisposição para tanto, há liberação médica, dá para praticar exercícios por mais algumas horas semanais.

  • Número mágico: 150 minutos de atividades físicas semanais fazem toda a diferença para a saúde do coração.

Adoção de hábitos saudáveis, incluindo prática de atividades físicas e alimentação balanceada, é essencial para a saúde do coração — Foto: Unsplash

Quais são os hábitos que devem ser adotados para garantir a saúde cardiovascular?

Além da prática de pelo menos 150 minutos de atividades físicas semanais, deve-se ainda adotar uma conduta que evite os três principais vilões da saúde cardiovascular quando se trata de alimentação: sal, açúcar e gordura. É essencial ajustar a ingestão desses ingredientes e manter um peso adequado à estatura e estrutura corporal para ter um coração saudável.

Pessoas que têm predisposição para problemas cardiovasculares devem ainda manter um acompanhamento clínico regular a cada seis meses, pelo menos. No caso de indivíduos saudáveis, em geral, o check-up anual é suficiente para ter essa avaliação.

Vale ainda um alerta em relação ao estresse e à ansiedade, que podem aumentar a probabilidade de doenças cardiovasculares. É necessário adotar medidas para se controlar esses problemas. Nesse ponto, a prática regular de atividades físicas pode ser uma importante aliada, uma vez que ajuda a liberar os hormônios do bem-estar.

  • Evitar sal, açúcar e gordura;
  • Realizar check-ups anuais ou, no caso de quem já tem problemas cardiovasculares, semestrais;
  • Evitar estresse;
  • Fazer atividades físicas.

Sal, açúcar e gordura são os principais vilões para o coração, quando considerada a alimentação — Foto: Pexels

Além disso, quais são os hábitos que devem ser excluídos da vida para manter o coração mais saudável?

É preciso abandonar de vez o fumo. O consumo de álcool também é um inimigo do coração. Como é difícil estabelecer uma quantidade que seja considerada aceitável, deve-se evitar a ingestão de bebidas alcoólicas sempre que possível. Atente se as situações sociais em que consome álcool são muito recorrentes e não faça uso dessas bebidas diariamente.

Jamais consuma álcool antes de praticar atividades físicas. O mesmo alerta vale bebidas energéticas e substâncias ilícitas. Drogas como o álcool e energéticos são estimulantes e podem desencadear arritmias mesmo em quem não tem predisposição genética para problemas cardiovasculares.

  • Abandone o cigarro;
  • Evite álcool, bebidas energéticas e substâncias ilícitas antes de praticar atividades físicas.

O café também é um vilão?

Já faz tempo que o café não é considerado um agravante de problemas cardiovasculares. O risco está apenas no consumo de expresso em excesso. Afinal, é mais estimulante do que o cafezinho coado. A ingestão de seis a oito doses diárias de café expresso, quantidade que é muito alta, pode oferecer algum risco ao coração, como ocorrência de arritmias.

  • O café só é inimigo se consumido em altas doses, a partir de seis expressos diários.

No caso de pessoas que sofrem com arritmias, como fica a prática de atividades físicas?

Primeiramente, é preciso determinar o tipo de arritmia. Em níveis mais leves do problema, pode não haver implicações sobre a prática de exercícios. Porém, em casos graves, algumas atividades podem estar proibidas, como aquelas de alto rendimento e que requerem uma explosão física muito grande. Nesses casos, essas atividades podem precipitar uma arritmia grave e aumentar os riscos para o coração, causando inclusive morte súbita.

Dessa forma, quem sofre com esse problema, popularmente chamado de palpitações, deve consultar um médico para fazer a estratificação de risco desse mal. Mas vale comentar que as atividades físicas nunca serão totalmente descartadas, inclusive entre quem sofre com arritmias mais graves. Nesses casos:

  • O médico orientará como deve ser a prática e demais cuidados a serem adotados, inclusive com a hidratação e alimentação pré-exercício.

Arritmias podem ser causadas por consumo de bebidas estimulantes, como energéticos, e estresse, inclusive entre pessoas saudáveis — Foto: iStock

As arritmias podem acontecer em quem não tem predisposição para doenças cardiovasculares?

Sim. O problema também pode ser desencadeado por estresse, ansiedade, tabagismo e consumo de bebidas estimulantes e alcoólicas, por exemplo. Nesses casos, pode afetar não apenas quem sofre com esse mal ou tem fator genético para doenças do coração, como também pessoas saudáveis.

Ao notar as palpitações, portanto, é preciso consultar um médico cardiologista para uma avaliação aprofundada. Apenas pelos sintomas, não é possível diferenciar se trata-se de um problema leve e benigno ou mais grave, que pode levar a morte súbita.

Em casos crônicos de arritmia, a pessoa precisará adotar uma série de cuidados para evitar o problema. Atividades físicas que tenham alto impacto e consumo de bebidas estimulantes estão entre as práticas que devem ser evitadas ou até eliminadas do dia a dia, dependendo da gravidade.

Além disso, a partir da terceira idade, os riscos de arritmias aumentam. Como cada vez mais idosos praticam atividades físicas, é importante reforçar o alerta de consultar um cardiologista periodicamente para realizar uma avaliação pormenorizada e evitar complicações.

  • Mesmo quem não tem problemas cardíacos pode ter arritmias causadas por estresse, ansiedade, tabagismo e consumo de bebidas estimulantes e alcoólicas, por exemplo;
  • Em casos crônicos, atividades físicas que tenham alto impacto e consumo de bebidas estimulantes devem ser evitados ou até eliminadas do dia a dia, dependendo da gravidade.
  • A partir da terceira idade, os riscos de arritmias aumentam.

É essencial consultar médico cardiologista para saber se está tudo bem com o coração para poder jogar a pelada semanal sem oferecer riscos ao coração — Foto: Unsplash

Por que há casos de pessoas que passam mal após jogar partida de futebol?

Exercícios intensos realizados uma vez por semana podem ser mais perigosos do que benéficos, quando se trata de prevenção de problemas cardiovasculares. É preciso sempre fazer uma avaliação com médico cardiologista antes de praticar uma atividade física para saber sobre eventuais riscos e qual aquela mais indicada para cada indivíduo. Geralmente, as pessoas realizam essa avaliação prévia quando começam em uma academia, mas o mesmo cuidado não é adotado ao iniciar em outros esportes, como o futebol.

No caso dessa atividade, o problema é que não se trata de um exercício contínuo. A pessoa que joga futebol não passa uma hora inteira correndo. Ao arrancar para correr, produz-se muito ácido lático, que pode desencadear arritmias e até causar uma morte súbita. Por isso, no caso de quem sofre com palpitações, o médico cardiologista pode até suspender a prática dessa atividade, tamanho o seu risco.

  • Exercícios intensos realizados uma vez por semana, como aquela clássica pelada semanal, podem ser mais perigosos do que benéficos;
  • É preciso sempre fazer uma avaliação com médico cardiologista antes de começar a praticar uma atividade física, mesmo que não seja em academia;
  • Atividades físicas ajudam a controlar hipertensão e diabetes, mas desde que sejam realizadas de forma contínua.

Além disso, é comprovado que, no caso de doenças mais comuns, como hipertensão e diabetes, as atividades físicas ajudam a controlar esses problemas, mas desde que sejam realizadas de forma contínua. Considerando esse quadro, portanto, quem gosta de jogar uma pelada no meio ou no final da semana deve, primeiramente, consultar-se com um médico cardiologista. Há casos em que a atividade poderá oferecer riscos à saúde, como quando há arritmias graves. Contudo, de uma forma geral, o médico recomendará a prática de atividades físicas regularmente, e não apenas a partida semanal de futebol. Pode ser sugerido realizar, por exemplo, exercícios contínuos por pelo menos 20 a 30 minutos cerca de duas vezes por semana, além da pelada no final de semana.

Mesmo pessoas saudáveis e sem predisposição genética podem sofrer infarto por causas menos comuns, como problemas de coagulação e estresse — Foto: Istock

Qual é o perfil de quem tem mais chance de sofrer com um infarto?

  • Geralmente, homem de meia idade, sedentário, hipertenso, estressado, acima do peso e com circunferência abdominal grande e taxa de açúcar elevada;
  • Mas isso não significa que apenas indivíduos que se encaixem nessa descrição estão sujeitos;
  • Mulheres estão mais sujeitas a infartos por estresse excessivo.

Até mesmo pessoas que não se enquadrem nesses critérios, não tenham predisposição genética, pratiquem atividades físicas regularmente, mantenham o peso controlado e não fumem, por exemplo, podem sofrer um infarto.

O problema também pode ocorrer por fatores além dos tradicionais, que são a predisposição genética e os maus hábitos alimentares e de vida. Nesses casos, é necessária uma investigação mais detalhada por parte do médico cardiologista para identificar causas menos comuns e até evitar a reincidência. Fatores como doenças autoimunes e perfil de coagulação sanguínea podem influenciar na ocorrência de infartos em pessoas saudáveis. Até o estresse excessivo é capaz de desencadear o problema, uma vez que provoca espasmos na artéria, dificultando a passagem sanguínea. Estudo observacional demonstrou que esses casos são mais comuns entre mulheres. Elas estão mais sujeitas a infartos por estresse excessivo.

É verdade que os sinais de infarto são diferentes entre homens e mulheres?

Os sintomas mais tradicionais, em ambos os sexos, são dor no centro do peito ou mais para o lado esquerdo e ocorrência de uma queimação que normalmente sobe em direção ao queixo ou se movimenta para o braço esquerdo. Porém, mulheres, diabéticos e idosos podem apresentar sinais atípicos. No caso desses perfis, é possível que o infarto não seja prenunciado por dor no peito, mas por desconfortos na boca do estômago, enjoo, vômito e falta de ar. É preciso, portanto, observar as causas desses sinais, pois pode haver um quadro de infarto em evolução.

  • Sintomas tradicionais comuns a todos:
  1. Dor no centro do peito ou mais para o lado esquerdo;
  2. Ocorrência de uma queimação que normalmente sobe em direção ao queixo ou se movimenta para o braço esquerdo.

  • Sintomas atípicos que podem ocorrer em mulheres, diabéticos e idosos:
  1. Desconfortos na boca do estômago;
  2. Enjoo;
  3. Vômito;
  4. Falta de ar.

Além de eletrocardiograma a cada três horas, é preciso ainda realizar exame de sangue para medir a troponina, substância que ajuda a identificar chance de infarto — Foto: Pexels

Quais são os exames que a pessoa deve fazer em caso de suspeita de infarto?

Há um problema que, em geral, equipes de pronto atendimento não têm um treinamento adequado para fazer esse diagnóstico. O protocolo, nesses casos, deve ser manter a pessoa em observação e realizar três eletrocardiogramas em série, com intervalo de três horas entre cada um. Juntamente com cada uma dessas verificações da atividade elétrica do coração, é fundamental ainda realizar exames de sangue para avaliar a dosagem de troponina, enzima presente no sangue que ajuda identificar lesão do músculo cardíaco e chance de infarto. Só assim é possível detectar se o paciente apresenta risco desse evento. Ademais, deve-se realizar ainda um exame de raio-X do peito, não para ajudar no diagnóstico do infarto, mas para descartar outras causas cujos sintomas são semelhantes.

  • Três eletrocardiogramas em série, com intervalo de três horas entre cada um;
  • Exames de sangue para avaliar a dosagem de troponina, enzima presente no sangue que ajuda identificar lesão do músculo cardíaco e chance de infarto;
  • Raio-X do tórax.

Por que os infartos tendem a ser mais graves entre os jovens?

Até os 45 anos, o caso realmente pode ser mais grave e há maior chance do infarto ser fulminante. A partir dos 50 anos, o coração começa a desenvolver uma circulação colateral, ou seja, no caso de entupimento de uma artéria, cria outras pequenas em volta. Entre as pessoas mais novas, isso não acontece, pois trata-se de um processo de adaptação que leva anos para acontecer. Portanto, o infarto é mais fulminante entre indivíduos mais jovens por falta dessa circulação colateral.

  • A partir dos 50 anos, o coração começa a desenvolver uma circulação colateral, ou seja, no caso de entupimento de uma artéria, cria outras pequenas em volta.

Exercícios devem estar presentes na rotina de pessoas que sofreram infarto — Foto: Istock

Após um infarto, a pessoa pode praticar atividades físicas?

As atividades físicas são essenciais para a recuperação de pacientes infartados. Já no primeiro ou no segundo dia após o evento, é possível realizar exercícios com fisioterapeuta. Depois da alta, o ideal seria que todas as pessoas pudessem participar de um programa de reabilitação cardíaca conhecido como academia do coração, realizado em hospitais que contem com essa estrutura. Nesses programas, uma equipe multidisciplinar, composta por médicos, educadores físicos e fisioterapeutas, por exemplo, prescreve e acompanha toda a realização de exercícios, por aproximadamente três a seis meses, dependendo do quadro do paciente. Após esse prazo, é preciso continuar a avaliação com o médico e começar a praticar atividades em uma academia convencional. Deve-se contar com o acompanhamento de um profissional de Educação Física, de preferência um personal trainer, que possa apoiar a pessoa e seguir as orientações prescritas pelo cardiologista para o exercício.

Porém, como esses centros de reabilitação não são muito difundidos no Brasil, é essencial que o paciente infartado converse com o seu médico para ter a liberação e explicações necessárias para a realização de atividades físicas. O cardiologista apontará todas as orientações para essa prática. Contudo, vale frisar que a pessoa precisa buscar um profissional de Educação Física de confiança que oriente e acompanhe a realização dos exercícios. Especialmente nesses casos pós-infarto em que o paciente não ingressa em um programa de reabilitação cardíaca, é interessante contar com um personal trainer. Assim, é possível garantir a realização correta dos exercícios e evitar que a pessoa passe dos seus limites, ao retomar as atividades.

Passados os seis primeiros meses, a ideia é que o paciente infartado leve uma vida normal, sem restrições maiores. Ao contrário do que se costuma imaginar, é necessário que, após esse prazo e liberação médica, retome-se a atividade física como realizada antes do evento, evitando, por exemplo, riscos de uma depressão após o infarto.

  • Se possível, exercite-se numa academia do coração por de três a seis meses após o infarto;
  • Se não for possível, pegue todas as orientações com seu médico e contrate um personal trainer;
  • Passados os seis primeiros meses, a ideia é que o paciente infartado leve uma vida normal, sem maiores restrições, praticando exercícios normal e regularmente.

O que deve mudar na vida de quem tem um evento cardíaco, como um infarto?

É mandatório que a pessoa pratique atividades físicas e evite todos os fatores de risco de problemas cardiovasculares. Para quem teve um infarto ou AVC, o risco de um novo evento em um ano é de 50%, se não forem tomadas as medidas necessárias.

Deve-se ainda fazer um acompanhamento médico regular, inclusive para saber se as mudanças nos hábitos estão surtindo efeito ou se é preciso outros ajustes. Na maioria das vezes, nos seis meses após o evento, a pessoa fica mais cuidadosa, por medo de uma reincidência do problema. Porém, passado esse prazo, os pacientes costumam considerar que está tudo bem e os cuidados passam a ser reduzidos, inclusive em relação ao acompanhamento médico. Mas não se pode fazer esses descuidos. É essencial seguir em um estilo de vida e alimentação mais saudáveis e também manter uma frequência de consulta ao cardiologista conforme determinado pelo médico.

  • Pratique atividades físicas;
  • Evite todos os fatores de risco de problemas cardiovasculares;
  • Mantenha hábitos saudáveis de alimentação e sono;
  • Não fume;
  • Mantenha um acompanhamento médico regular: nele, você será orientado sobre como manter boas a pressão arterial e as taxas de colesterol, triglicerídeos e açúcar, por exemplo.

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