Tecnologia

Por Soraia Alves


Em 2021, Mark Zuckeberg mudou o nome de sua empresa de Facebook para Meta, em referência ao metaverso — Foto: Reprodução/Facebook
Em 2021, Mark Zuckeberg mudou o nome de sua empresa de Facebook para Meta, em referência ao metaverso — Foto: Reprodução/Facebook

Até pouco tempo, os entusiastas da tecnologia estavam focados no desenvolvimento do metaverso. A aposta era tão alta que, em 2021, Mark Zuckerberg mudou o nome de sua empresa de Facebook para Meta, deixando claro os novos caminhos de investimento da companhia. No entanto, segundo análise de Ed Zitron, CEO da EZPR, "o metaverso morreu após ser abandonado pelo mundo dos negócios. Tinha três anos."

Em artigo para o Business Insider, Zitron avalia que embora o metaverso tenha se tornado uma obsessão no mundo da tecnologia, "o hype não conseguiu o salvar", especialmente pela falta de uma visão coerente para o produto. Assim que a indústria de tecnologia se voltou para uma nova e mais promissora tendência – a inteligência artificial generativa – o interesse no metaverso acabou.

As promessas para a tecnologia sempre foram grandiosas. Quando Zuckerberg anunciou a mudança de nome em sua empresa, o CEO descrevia o metaverso como "um futuro em que poderíamos interagir perfeitamente em mundos virtuais: os usuários 'fariam contato visual' e 'se sentiriam como se estivessem juntos na mesma sala'.

Essas promessas acumularam expectativas altíssimas, analisa Zitron. Nos meses seguintes ao anúncio da Meta, diversas empresas já tinham projetos de produtos para o metaverso, apesar de ainda haver uma falta de definição sobre como usar a tecnologia.

A Roblox, plataforma de jogos online, aproveitou a onda para fazer sua oferta pública inicial (IPO), avaliada em US$ 41 bilhões. A indústria de criptomoedas também entrou no jogo, com empresas como a Bored Ape Yacht Club vendendo NFTs a preços exorbitantes. Mesmo empresas que pareciam ter pouco a ver com tecnologia aderiram ao metaverso, incluindo o Walmart e a Disney.

"A pressa das empresas para entrar no metaverso levou os investidores de Wall Street, consultores e analistas a tentar unificar as projeções uns dos outros para o crescimento da tecnologia. A empresa de consultoria Gartner afirmou que 25% das pessoas passariam pelo menos uma hora por dia no Metaverso até 2026", lembra o especialista.

Queda brutal

Apesar de toda essa movimentação, o metaverso não teve um desenvolvimento sustentável, especialmente porque, até hoje, poucas pessoas conseguiram experimentá-lo. Segundo Zitron, a plataforma Decentraland, conhecida como "o metaverso mais bem financiado, descentralizado e baseado em cripto", contava com cerca de 38 usuários ativos diários em seu "ecossistema de US$ 1,3 bilhão". A empresa contestou esse número, alegando que tinha 8 mil usuários ativos diariamente - mas isso ainda é apenas uma fração do número de pessoas que jogam grandes jogos online como Fortnite.

Com a chegada da IA generativa, as principais big techs migraram os investimentos do metaverso para a IA. A Microsoft fechou sua plataforma de trabalho virtual AltSpaceVR em janeiro de 2023, demitiu os 100 membros de sua "equipe de metaverso industrial" e fez uma série de cortes na equipe do HoloLens, seu dispositivo de realidade virtual (RV). A Disney fechou sua divisão de metaverso em março, e o Walmart seguiu o exemplo, encerrando seus projetos baseados na Roblox.

"O metaverso foi oficialmente abandonado quando ficou claro que Zuckerberg e a empresa que lançou o hype haviam mudado. Zuckerberg declarou, em uma atualização de março, que o 'maior investimento individual da Meta é aprimorar a IA e incorporá-la a cada um de nossos produtos'", destaca o artigo. A Meta até parou de vender seu metaverso para os anunciantes, apesar de ter gastado mais de US$ 100 bilhões em pesquisa e desenvolvimento na missão de ser "o primeiro metaverso".

"Embora a ideia de mundos virtuais ou experiências online coletivas possa sobreviver de alguma forma, o metaverso Capital-M está morto. Foi precedido na morte por uma longa linha de modismos tecnológicos como Web3 e Google Glass", escreve Zitron. "A morte do metaverso deve ser lembrada indiscutivelmente como uma das maiores falhas históricas da tecnologia", conclui.

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